Maggi quer que União financie área degradada
Enquanto a soja, cujo cultivo nos anos 70 se restringia à região Sul do país, se expande pelo Sudeste e Centro-Oeste e já chegou ao norte de Mato Grosso, ameaçando atingir a Floresta Amazônica, o empresário e governador Blairo Maggi, maior produtor da oleaginosa do mundo, prepara uma nova proposta para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que deve visitar o Estado provavelmente na quinta (4).
A sugestão de Maggi é que o governo federal financie a agricultura, especialmente a plantação de soja, em áreas devastadas pela pecuária. O argumento é simples: entende-se que se a União liberar recursos, não vai mais haver razão para derrubar árvores. O governo mato-grossense ainda enfrenta na questão ambiental seu maior problema administrativo. O Estado continua no ranking dos que mais desmatam na Amazônia, apesar de algumas medidas duras anunciadas e de novos dados apontarerm queda nos números.
Em conversa com produtores e com membros do seu governo, Maggi já fez as contas. Ele vê a nova proposta a ser apresentada ao Ministério do Meio Ambiente como uma nova cartada. MT possui hoje cerca de 15 milhões de ha de terras prejudicadas pela pecuária. O custo para recuperá-las supera a R$ mil por ha. A idéia do governador é que o governo federal ajude a pagar essa conta, o que viria possibilitar revitalização de áreas degradadas e, ao mesmo tempo, impedir o avanço em outras de preservação florestal.
A idéia surgiu com o programa MT Legal, presidido pelo deputado licenciado Otaviano Pivetta. No geral, o Estado tem 25 milhões de hectares de áreas de pastagens e, destes, 10 milhões são de áreas degradadas totalmente. Na concepção do Comitê Gestor do MT Legal, cerca de 10 milhões de ha estão aptos para agricultura.
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