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Politica Brasil
Segunda - 01 de Setembro de 2008 às 07:40
Por: Eduardo Gomes

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Pré-candidato declarado ao Senado, o governador Blairo Maggi (PR) terá que quebrar um tabu para se eleger: desde a divisão territorial de Mato Grosso, em 1978, para a criação do Mato Grosso do Sul, todos os ex-governadores que se candidataram a senador na eleição imediatamente após o término de seus mandatos foram derrotados. Foi assim com Garcia Neto, Carlos Bezerra e Dante de Oliveira.

Maggi cumpre o segundo mandato no Palácio Paiaguás e em todas as pesquisas de opinião pública seu governo é bem avaliado. Alicerçado na aprovação popular disputará uma eleição que terá vagas abertas ao Senado com o fim dos mandatos de Serys Slhessarenko (PT) e de Gilberto Goellner (DEM), que assumiu o cargo com a morte do titular Jonas Pinheiro no começo deste ano.

Garcia Neto (Arena) era governador biônico e renunciou para disputar o Senado. O vice-governador Cássio Leite de Barros assumiu o cargo. À época, duas vagas foram disputadas e os partidos políticos definiram suas chapas para o preenchimento de ambas. Numa chapa, Garcia foi batido pelo correligionário e deputado federal Benedito Canellas. Na outra, também pela Arena, Gastão Müller se elegeu.

Júlio Campos (PDS) governou de 1983 a 86. Transferiu o cargo ao vice Wilmar Peres de Farias, do mesmo partido, mas não se arriscou ao Senado. Candidatou-se e se elegeu deputado federal constituinte. Somente na eleição de 90 Júlio Campos disputaria e venceria a corrida para senador.

O principal adversário de Júlio Campos na eleição em 90 foi o ex-governador Carlos Bezerra (PMDB), que foi derrotado com ampla margem de votos. Para tentar o Senado, Bezerra renunciou ao mandato de governador, que conquistara em 86. Em seu lugar assumiu o vice-governador Édison de Freitas, do mesmo partido. Freitas sofreu acidente com um ultraleve e teve que deixar o Palácio Paiaguás. O deputado estadual Moisés Feltrin (PDS) presidia a Assembléia Legislativa e foi empossado governador constitucional de Mato Grosso. Feltrin governou por 34 dias e transmitiu a faixa governamental a Jayme Campos (PDS). Jayme cumpriu o mandato até o fim e somente se candidataria novamente em 96, mas para prefeito de Várzea Grande, cargo em que se reelegeria quatro anos depois. Na eleição passada, Jayme se elegeu senador pelo PFL.

Após a derrota ao Senado em 1990, Bezerra se concentrou politicamente em Rondonópolis e dois anos depois se elegeu prefeito. Mal chegou à prefeitura e renunciou, novamente brigando por uma cadeira de senador, o que acabou conseguindo. O vice-prefeito Rogério Salles concluiu o mandato e em 98 seria eleito vice-governador de Dante de Oliveira, ambos pelo PSDB.

Mesmo com o mandato em curso, Bezerra se candidatou à reeleição em 98, numa composição política com Júlio Campos, que era seu colega no Senado e disputou o governo com Dante de Oliveira (PSDB). Bezerra e Júlio foram derrotados. O tucano Antero Paes de Barros venceu a eleição para senador e Dante se reelegeu governador.

Dante de Oliveira governou Mato Grosso em dois mandatos consecutivos, de 1995 (PDT) a 2002 (PSDB), e em ambas as eleições chegou ao poder no primeiro turno. Para disputar mandato de senador, deixou o cargo em 2002 ao vice-governador correligionário, Rogério Salles. Naquela eleição haveria renovação de dois terços dos senadores. Em Mato Grosso os candidatos brigaram pelas cadeiras de Jonas Pinheiro (PFL) e Carlos Bezerra (PMDB). A disputa se concentrou em Dante, Serys, Jonas e Bezerra, com Murilo Domingos correndo por fora. Jonas se reelegeu, Serys chegou ao Senado, Dante amargou o tabu dos ex-governadores e Bezerra não conseguiu se manter no cargo.





Fonte: Diário de Cuiabá

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