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Meio Ambiente
Sábado - 30 de Agosto de 2008 às 13:49
Por: Maria Barbant

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O sistema Deter – Detecção do Desmatamento em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) –, detectou queda na área desmatada em Mato Grosso. Enquanto no Pará foram detectados 235,6 km² de área desmatada – corte raso ou degradação progressiva -, em Mato Grosso os satélites do Inpe registraram uma área de 32,7km² de desmatamento, a menor já detectada pelo sistema desde o início do seu funcionamento. Em julho, os satélites do Inpe observaram que 323 km² da Amazônia Legal sofreram corte raso ou degradação progressiva. Desse total o Pará corresponde a 73% da área desmatada enquanto em Mato Grosso, a área desmatada é de 10% em relação ao total.

Segundo os números divulgados nesta sexta-feira (29.08) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a redução verificada agora é a menor desde março deste ano quando o sistema detectou 134 km², entretanto, naquele mês, os satélites puderam observar apenas 22% da Amazônia já que a maior parte da região estava coberta por nuvens.

Em relação aos dados divulgados do mês de junho (relativos a maio), quando Mato Grosso registrou uma área desmatada de 192km², a redução é de 82,9% da área desmatada (em julho). Os números apontados em abril, maio e junho, pelo Deter foram, respectivamente, 1.124 km², 1.096 km² e 870 km², o que já indicava a tendência de queda.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, a curva descendente que vem sendo verificada em Mato Grosso pelo sistema PRODES, utilizado para medir a taxa anual, a partir de 2003/2004, quando foram registrados 11.814 mil Km² para 2.678 mil Km² no período de 2006/2007 se deve a intensificação, por parte do Governo do Estado, das ações de fiscalização e autuações. "O Governo do Estado está intensificando as ações nesse sentido e, priorizando iniciativas e programas relacionados ao licenciamento das propriedades rurais, os acordos setoriais a educação ambiental e outras", salientou.

Os dados do sistema Deter referentes ao mês de agosto serão divulgados no dia 29 de setembro.

RELATÓRIO – O relatório com a qualificação dos dados do Deter foi produzido a partir de imagens dos satélites LANDSAT e CBERS, que apresentam melhor resolução espacial e mostra que 97,3% das áreas apontadas (pelo Deter) foram confirmadas como desmatamento. O Inpe avaliou também 212 Alertas de desmatamento, correspondentes a 244 km² (75%) da área total dos polígonos (323 km²) indicados pelo Deter no mês de julho.

Os Alertas indicaram principalmente desmatamentos por corte raso (79.5%) e por degradação florestal de intensidade alta (14,4%). Cerca de 4% dos alertas revelaram desmatamentos de intensidade moderada e leve e apenas 2,7% não apresentaram indícios de desmatamento nas imagens de referência.

O Pará ainda lidera o desmatamento com 235.6 km, o Amazonas aparece com 23.9, Rondônia com 19.3, Maranhão com 7.7, Acre 3.0 e Tocantins 1.5 km².

As tabelas do sistema Deter mostram também o desmatamento por bases operacionais do Ibama na Amazônia e a de Altamira (PA) com uma área registrada de desmate de 66,4 km² . As bases do Ibama em Mato Grosso aparecem na 9ª posição com Alta Floresta (16,1 km), 16ª posição para Guarantã do Norte (2,9 km), 17ª Sinop (2,8 km), 18ª Vila Rica (2,4 km) e Juína na 19ª (2,2 km).

DETER - Em operação desde 2004, o Deter é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. São mapeadas áreas de corte raso e áreas em processo de desmatamento por degradação florestal. É possível detectar apenas polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares por conta da resolução dos sensores espaciais (o Deter utiliza dados do sensor MODIS do satélite Terra e do sensor WFI do satélite sino-brasileiro CBERS, com resolução espacial de 250 metros). Devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema. Os dados do sistema não correspondem à taxa anual de desmatamento, que é calculada pelo PRODES, sistema mais detalhado que considera apenas o corte raso, ou seja, o desmatamento em seu estágio final.





Fonte: Sema-MT

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