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Economia
Segunda - 25 de Agosto de 2008 às 16:05

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O recente movimento de queda da inflação e a boa perspectiva em relação ao desempenho do mercado de trabalho fizeram com que a confiança do consumidor voltasse a subir em agosto (6,2%), depois de dois meses em queda, conforme indicou a pesquisa Sondagem de Expectativas do Consumidor divulgada nesta segunda-feira.

Mesmo assim, destacou o economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Aloisio Campelo, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) continua em nível inferior (-1%) ao que era observado no mesmo período em 2007.

"Houve queda em junho e julho, e a elevação neste mês ficou acima da média histórica para o período. Mas ao mesmo tempo, o índice de confiança vinha caindo muito também, e continua abaixo do nível de 2007. Não houve uma recuperação do otimismo que voltasse ao nível do segundo semestre do ano passado", afirmou.

Campelo disse ainda que o resultado parece "um pouco inconsistente" em relação à percepção do consumidor quanto à inflação. Ao mesmo tempo em que reconheceu que a desaceleração das últimas semanas influenciou a confiança, Campelo lembrou que a expectativa do mesmo consumidor é de inflação mais alta para o cenário dos últimos 12 meses.

A pesquisa aponta que o consumidor espera que a inflação em 12 meses fique em 7,8% em 2008. Essa previsão vinha subindo desde junho, quando ficou em 7,1%, passando, no mês seguinte, para 7,4%.

"A situação da economia local e da condição financeira da família não vem sendo muito afetada. Isso pode explicar a melhor percepção do consumidor, ainda que ele espere inflação maior para os próximos meses", observou Campelo.

"Ainda não dá para dizer que o consumidor está otimista. Ele está ficando menos pessimista. Já há menos gente preocupada com o pior", acrescentou.

A situação futura do mercado de trabalho foi mais bem avaliada pelo consumidor. Em agosto, 26,3% dos entrevistados consideraram que será mais fácil arrumar emprego nos próximos meses, acima dos 19,5% que haviam respondido desta forma em julho.

Por outro lado, 16,8% mostraram-se mais pessimistas em relação ao mercado de trabalho, abaixo dos 22% que consideravam, em julho, que será mais difícil conseguir trabalho.

"É a melhor expectativa em relação ao emprego desde 2005. O mercado de trabalho está influenciando as previsões", ressaltou Campelo.

A intenção do consumidor em comprar mais bens duráveis melhorou em agosto, subindo de 81,4 pontos para 82,3 pontos. Campelo, no entanto, lembrou que esse índice também está abaixo do nível observado em agosto de 2007 (-2,5%).

Quanto aos juros, caiu o percentual dos consumidores que achavam que a taxa Selic vai subir daqui para frente. Em agosto, 54,9% dos entrevistados apostaram que haverá novas elevações. Em julho, 65% dos consultados, nível recorde, acreditavam nessa possibilidade.

Já 7,7% dos consumidores disseram acreditar que haverá redução da taxa de juros nos próximos meses, abaixo dos 8,4% que tinham essa opinião em julho.

"Há um sentimento de que a taxa de juros vai estabilizar", afirmou Campelo.





Fonte: Folha Online

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