Maggi admite favoritismo de Júlio Campos em Várzea Grande

O governador Blairo Maggi (PR) admitiu nesta quarta-feira (20) o favoritismo do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Campos (DEM), na corrida à sucessão municipal em Várzea Grande. Segundo Maggi, Júlio estaria em situação confortável na disputa em relação principalmente ao prefeito Murilo Domingos, que tenta a reeleição e é do mesmo partido do governador.

Maggi, que tem atuado de forma discreta no apoio a Domingos, falou que a imagem do prefeito - tido como um administrador lento - foi prejudicada ainda mais nos últimos dias, com a operação policial levada a cabo no setor de licitações da prefeitura de Várzea Grande e que teve como objetivo apurar irregularidades em compras do Executivo feitas entre os anos de 2005 e 2007.

As declarações do governador em benefício de Júlio foram feitas na noite desta quarta-feira, em evento político em Cuiabá. Maggi falou que, embora Domingos tenha potencial para disputar a reeleição, é “inegável o favoritismo de Júlio na disputa das eleições municipais em Várzea Grande”.

O governador deu a declaração ao analisar recente pesquisa feita acerca da sucessão na cidade que aponta vantagem substancial de Júlio em relação a Domingos e o candidato a prefeito pelo PMDB, Nico Baracat.

Apoio discreto - A observação de Maggi dando conta do favoritismo de Júlio Campos na disputa da sucessão em Várzea Grande, em detrimento da candidatura de Murilo Domingos, coincide com uma postura discreta do governador no apoio ao prefeito em eventos em que o chefe do Executivo estadual tem participado naquela cidade, nos últimos dias.

Em duas inaugurações seguidas na cidade nos últimos dias - de um conjunto de casas populares e de obras de revitalização de uma unidade escolar -, Maggi pouco falou da sucessão no município e de sua pretensão em dar apoio a Domingos no projeto de reeleição do prefeito.

A atitude do governador tem sido entendida, por especialistas políticos, como uma forma de evitar um confronto direto com a família Campos, do candidato Júlio Campos e de seu irmão, senador Jaime Campos (DEM), que têm torcido o nariz para um possível apoio maciço de Maggi a Domingos.

É que acordo firmado entre o PR de Maggi e o DEM dos Campos, no período pré-eleitoral, estipulou que o governador se distanciasse da campanha à reeleição de Domingos em Várzea Grande e, em contrapartida, o DEM garantiria apoio a candidatos majoritários do PR em alguns municípios do interior de MT com grande densidade eleitoral, como Rondonópolis, por exemplo.