Agentes da PF invadem casa do deputado Kishi em Cáceres
Três agentes da Polícia Federal "invadiram" nesta sexta, 1º de agosto, às 6h30, a residência do deputado estadual Wilson Kishi (PDT), candidato a vice-prefeito de Cáceres na chapa encabeçada por Túlio Fontes (DEM). Estavam a procura de material impresso de campanha que, segundo denúncias, estaria sem informações de CNPJ e da tiragem, o que contraria a legislação. Os policiais vasculharam tudo e nada encontrou de irregular. Na tentativa de realizar busca e apreensão na casa de Kishi, situada à rua 6 de Outubro, no centro de Cáceres, os agentes só encontraram dois santinhos, um tendo a fotografia de Túlio, que concorre a prefeito, e, do outro lado, a imagem de Adilson Reis, candidato a vereador. O outro santinho é de Túlio com Neide do Junco, outra concorrente à cadeira na Câmara Municipal. Os dois impressos de campanha trazem as informações exigidas por lei, como CNPJ, dono da gráfica e tiragem.
Fortemente armados, os policiais entraram na rua na contramão, o que chamou atenção da vizinhança. Um deles pulou o muro e ficou na janela. Ex-vereador por 5 mandatos e hoje na vaga de deputado no lugar de Otaviano Pivetta, Wilson Kishi revela que ficou constrangido e indignado com a invasão da PF, em que pese os agentes apresentarem autorização judicial, após deferimento de um pedido de liminar a um mandado de busca e apreensão. Segundo ele, a investida é uma demonstração de que a campanha sucessória em Cáceres deve ser travada não só no embate eleitoral, mas também no jurídico.
"A Justiça aqui vai ter muito trabalho. Acho até que é uma forma do prefeito (Ricardo Henry, que concorre à reeleição) desviar atos e, ao mesmo tempo, para chamar atenção, fazer denúncias infundadas", reage o candidato a vice-prefeito, atribuindo ao único grupo opositor a responsabilidade de acionar a Justiça.
(8h35) - Busca e apreensão também na casa de Túlio
A Polícia Federal também deu "batida" na casa do ex-prefeito Túlio Fontes, candidato à sucessão municipal em Cáceres pelo DEM, assim como no escritório do advogado da coligação do democrata, José Renato de Oliveira. Os agentes cumpriram ordem judicial para busca e apreensão de supostos santinhos sem constar CNPJ e a quantidade de material impresso. Nada de irregular foi encontrado. A denúncia foi formalizada pela coligação "Pacto pelo Progresso", do prefeito Ricardo Henry, que busca à reeleição. O curioso é que, no caso da residência de Túlio, uma equipe de TV ligada ao prefeito acompanhou a operação.
(Às 9h30) - Advogado aciona OAB e promete ação
O advogado José Renato, que teve o escritório vasculhado por agentes da PF nesta sexta, disse que já acionou a OAB-MT para representar contra dois colegas que trabalham pela coligação do prefeito Ricardo Henry e que serviram de espécie de "escolta" dos policiais no cumprimento do mandado de busca e apreensão. Segundo Renato, nada de irregular foi encontrado. Ele disse que sentiu-se constrangido com o alarde feito pela PF. "As pessoas achavam que estavam me prendendo. O juiz federal não poderia ter feito isso, já que trata-se de um escritório de advogado, pois a gente tem essa prerrogativa".
Assessor jurídico da coligação do candidato a prefeito Túlio Fontes, José Renato disse que já conversou, por telefone, com o presidente da Ordem, Francisco Faiad, para representar contra os dois advogados de Henry. Também quer acionar o juiz federal na Corregedoria da Justiça Federal. O advogado considerou uma armação o fato da TV Descalvado, propriedade dos irmãos Ricardo e Pedro Henry, acompanhar toda a operação, com vistas a fazer reportagem e expôr o candidato adversário Túlio Fontes.
(10h12) - TRE diz que busca foi no endereço de comitê
O Tribunal Regional Eleitoral explica que a determinação judicial para busca e apreensão no escritório de advocacia de José Renato se deu porque trata-se do endereço do comitê eleitoral. Segundo o TRE, se a coligação pró-Túlio tivesse registrado outro endereço, a tentativa de apreensão de material de campanha supostamente ilegal teria sido feita no local indicado.
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