Esfriamento climático gerou explosão da biodiversidade marinha, diz estudo
Um esfriamento climático gerou, há 460 milhões de anos, uma "explosão da biodiversidade marinha", segundo um estudo sobre o período Ordoviciano. A pesquisa, apresentada na quinta-feira (24), rompe com a idéia de que nesse tempo a Terra estava submetida a um "super efeito estufa".
O progressivo esfriamento da água do mar coincidiu com uma multiplicação (por três ou por quatro) do número de gêneros e de famílias de seres vivos, de acordo com um grupo de pesquisadores de Lyon, na França, e de Canberra, na Austrália.
O aumento da biodiversidade se traduziu também na colonização por diversas espécies dos fundos dos oceanos, e na formação dos primeiros recifes de coral, indicou o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), em comunicado.
O episódio ocorreu no Ordoviciano Superior, há 460 milhões de anos, quando as temperaturas passaram a estar em um nível comparável ao que é registrado atualmente nas regiões equatoriais.
Os pesquisadores que realizaram esse estudo mostraram que, no início do Ordoviciano, as altas temperaturas de água do mar (de 45ºC) impediam o desenvolvimento de organismos vivos complexos.
O esfriamento das águas, que esteve acompanhado do da atmosfera, foi uma mudança climática global que, de acordo com as conclusões do estudo, permitiu a entrada dos seres vivos na modernidade, ao se diversificarem e suas estruturas se tornarem mais complexas.
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