Pivetta semeia tese sobre revitalização de áreas
Ele é um empresário que administrou Lucas do Rio Verde por dois mandatos, chegou à cadeira de deputado estadual há 2 anos, está licenciado pela segunda vez e agora se identifica como voluntário do governo do Blairo Maggi na busca de soluções na área ambiental, a mais complexa e problemática da atual administração. Otaviano Pivetta preside o Comitê Gestor do programa MT Legal. Ele defende a tese de que a Amazônia Legal necessita de projetos.
O empresário pedetista tenta um milagre que lembra, na passagem bíblica, a saga de Moisés, o profeta que teria arrancado seu povo da escravidão no Egito e fundado a nação de Israel. O momento mais famoso da saída dos israelitas do Egito é o confronto entre Moisés e o exército egípcio no Mar Vermelho, quando, por ordem de Deus, o profeta abre as águas para seu povo passar e as fecha para engolir os homens do faraó.
Em solo mato-grossense, onde o desmatamento e a destruição da floresta Amazônica avançam, Pivetta, que aproveitou dessa situação no passado recente, convive com grupos de agricultores, pecuaristas, madeireiros e empresário que antes foram incentivados a derrubar árvores pelo próprio governo federal. Agora, ele semeia a esperança de que é possível revitalizar áreas degradadas para obter apoio da União e do Banco Mundial nos incentivos a projetos. Antes, porém, é preciso regularizar essas áreas.
Mato Grosso tem 25 milhões de hectares de áreas de pastagens e, destes, 20 milhões são de áreas degradadas totalmente. Na concepção de Pivetta, entre 10 e 12 ha estão aptos para agricultura. Ele entende que, ao invés de se procurar terras em outros Estados ou se avançar em áreas de preservação florestal, é preciso mirar no projeto de revitalização das áreas degradadas.
O presidente do Comitê Gestor calcula que um 1/3 (entre 8 e 10 milhões de ha) deve ser explorado com agricultura, 1/3 com pecuária, inclusive com uso de tecnologia e, com um 1/3 que representa as áreas mais sensíveis, voltar-se à produção florestal. Nessa linha, Otaviano Pivetta lidera uma força-tarefa para consolidar um centro de uso de imagens, em que 13 municípios começam a organização seus territórios. Ele observa que em Peixoto de Azevedo (Nortão), por exemplo, 95% da área não possuem documentação. São todos posseiros. "Então, como organizar uma situação dessa. Tem de ser a partir da regularização fundiária. É por isso que insisto que a Amazônia Sustentável necessida de projetos".
O grupo de trabalho criou o programa de revitalização de agricultura da Baixada Cuiabana, com um centro de tecnologia. Será em Acorizal, em parceria com a Sadia. Assim, começa a movimentar a cadeia produtiva e atender a demanda dos pequenos produtores. Pivetta aposta que o perfil socioeconômico da região começa a mudar.
Comentários