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Politica Brasil
Domingo - 20 de Julho de 2008 às 14:49

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A cota de 30% de candidatas mulheres nas eleições municipais não será atingida. É o que mostra levantamento prévio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com um total de 374.912 registros até a noite de sexta-feira, apenas 78.426 - 20,91% -eram de mulheres. Apenas o Partido da Causa Operária (PCO) já preencheu as cotas femininas para a prefeitura.

Apesar de representarem cerca de 52% do eleitorado brasileiro, e disporem de sistema de cotas nas eleições, a presença das mulheres na política partidária ainda é baixa. Dos atuais 51.942 vereadores, apenas 6.550 são mulheres (12,6%). A porcentagem de deputadas estaduais é ainda menor. São 123 mulheres (11,95%) contra 1.035 deputados.

Para tentar mudar o quadro, a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPM) lançará, em breve, a plataforma política suprapartidária "Mais mulheres no poder -Eu assumo este compromisso". O objetivo do projeto é conseguir o apoio de candidatos a vereador e prefeito à pauta feminina.

Em geral, as mulheres com mandato são oriundas de movimentos sociais, ou então, entram na vida política aproveitando o capital político da família. Em 180 anos do Parlamento brasileiro, as mulheres nunca ocuparam um cargo efetivo na Mesa Diretora da Câmara ou do Senado.

"Depois de terem coragem de se candidatar, as mulheres ficam perdidas com os instrumentos de campanha, principalmente a mídia", afirma Silvia Rita de Souza, autora do livro "A mulher candidata", lançado na última semana.

Sílvia resolveu usar a experiência adquirida nos seis anos em que foi secretária-executiva nacional do PSDB Mulher para escrever um guia paras as candidatas. Segundo a autora, uma vez eleitas, as mulheres ainda enfrentam a crítica de que só se interessam por temas sociais.

"De maneira geral, os problemas sociais afetam mais as mulheres. Por isso somos mais sensíveis ao tema", argumenta Sílvia, que defende a presença ativa das mulheres no poder para tentar humanizar as leis brasileiras.

Entretanto, a coordenadora de projetos da SEPM, Beth Saar, ressalta que, uma vez no poder, as políticas, muitas vezes, esquecem a pauta feminina. Um exemplo seria a recente derrota do projeto de descriminalização do aborto.





Fonte: JB Online

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