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Meio Ambiente
Quinta - 17 de Julho de 2008 às 15:20

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Não existem modelos apropriados para que o Brasil atinja o possível nível de primeiro País tropical desenvolvido do mundo. Talvez seja o que tem melhor condição de inventar um outro modelo sustentável, de longo prazo e baseado em recursos naturais renováveis, a fim de superar o desafio de se tornar o mais economicamente limpo no mundo .

As afirmações soaram como palavras de ordem na conferência "Mudanças climáticas e o Brasil: por que devemos nos preocupar", ministrada por ele no último dia 15, na 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campinas. Ordem por ter sido dita à comunidade científica, que, segundo ele, deve ser a protagonista da criação desse novo paradigma.

Se o Brasil optar por esse novo modelo de desenvolvimento, a invenção deve começar dentro da universidade. O País tem muitas possibilidades para não só atingir o estágio de liderança ambiental mundial como também servir de modelo para todos as nações tropicais que se preocupam com a adaptação às mudanças climáticas, que são inequívocas, irreversíveis e estão se acelerando - destacou.

Além das inércias físicas que tornam irreversíveis os efeitos do aquecimento global, Nobre considera que o grande desafio de mitigação do aumento da temperatura mundial não pode ser visto separadamente das questões de desenvolvimento, pois depende do melhor entendimento do que chamou de "inércia institucional", que inclui o tempo que se leva para os países tomar uma decisão e investirem em uma ação eficiente para reduzir as emissões.

Estamos muito longe de ter controle das emissões futuras de gases provenientes dos combustíveis fósseis. O Brasil não contribui significativamente com esse tipo de emissão, mas emitimos muito devido ao desmatamento, que responde por aproximadamente 75% das emissões nacionais de dióxido de carbono.

Cerca de 16% das emissões globais neste dia 17 vêm do desmatamento e, para a atmosfera, não faz diferença a origem da molécula, ela se aquece do mesmo jeito. Por isso, o Brasil precisa com urgência de uma mudança de política agrícola que seja acompanhada de incentivos para a modernização tecnológica em todos os setores. Se isso não ocorrer, as taxas de desmatamento continuarão altas.





Fonte: JB Online

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