Um mês depois, vereador infiel deixa o mandato
Um mês após ter sido cassado, Aristóteles Cadidé deixou a cadeira de vereador por Rondonópolis nesta quarta. Ele perdeu o mandato porque se desfiliou do PPS em 04 de outubro do ano passado para ingressar no PR do governador Blairo Maggi e do prefeito Adilton Sachetti, contrariando a regra do TSE. A infidelidade custou o seu mandato. Outros 73 parlamentares mato-grossenses já foram cassados pela mesma situação, inclusive o deputado Walter Rabello, que trocou o PMDB pelo PP.
Cadidé fez discurso de despedida. Ele era o primeiro-vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara. Só faltou chorar. Anunciou que está no páreo de novo, na expectativa de reconquistar a vaga de vereador por Rondonópolis. O vereador infiel não se considera arrependido por ter se filiado ao PR. Segundo ele, a decisão do STF que embasou a do TRE de Mato Grosso tem uma falha de conceito. "O mandato eletivo, seja ele em qualquer nível, não é do parlamentar, nem mesmo do partido. O mandato é do povo que o elegeu. Quando um cidadão deixa sua casa e conscientemente entra numa cabine de votação e escolhe seu representante, não pode ser desrespeitado em sua decisão. Aquele gesto é o símbolo mais preciso da democracia e cidadania. Não pode ser atropelado”.
Cadidé diz que vai aguardar o término do recesso do TSE para apresentar recurso. Diz que confia no discernimento do Tribunal, no sentido de reconduzi-lo ao posto de vereador. Ele será substituído pelo empresário Marco Antonio Duarte, do PPS. Aristóteles Cadidé recebeu solidariedade dos colegas parlamentares. Quase todos atacaram a regra pró-fidelidade. “Vivemos sob um regime democrático e não cabe mudar as regras e o entendimento sobre fidelidade partidária em pleno exercício do mandato. A decisão do STF foi uma irresponsabilidade e não respeitou a vontade popular e a opção política do cidadão", afirmou o presidente da Câmara, vereador Ananias Filho (PR).
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