Estudo diz que água era abundante em Marte há bilhões de anos
Vastas regiões de Marte foram ricas em água durante o período Noachian, uma época em que houve processos hidrológicos dominantes em toda a crosta marciana, em até cinco quilômetros de profundidade.
Os minerais que estiveram em contato com a água são os que permitiram aos cientistas compreenderem que Marte não era um "caldeirão a ponto de ebulição", mas um lugar que pode ter abrigado vida microorgânica. Esses minerais são os filosilicatos, um tipo de argila encontrada nos restos do período Noachian das regiões montanhosas do sul do planeta e que preservaram o rastro da interação com a água.
A formação dos filosilicatos, ou silicatos hidratados, precisou de uma elevada ação de água e um ambiente de ph de moderado a alto.
Além disso, os cientistas afirmam que a temperatura em que se formaram foi baixa, de 100 ºC a 200 ºC, algo que mantém aberta a possibilidade de que a vida de microorganismos tenha sido uma realidade em Marte.
Um mapa do planeta vermelho indica que há regiões ricas nestes minerais, embora se limitem a terrenos antigos e a uma pequena gama de elementos, como ferro, magnésio e esmectitas de alumínio.
As camadas da Nili Fossae --uma das fossas de Marte-- mostram camadas do mineral olivina acima destes filosilicatos, o que indica o momento da cessação da atividade hidrológica antes da formação vulcânica da olivina.
A Mars Reconnaissance Orbiter documentou centenas de mostras de filosilicatos de ferro e magnésio em conchas, ejeções e cimos de crateras do sul do planeta. Além disso, esses minerais foram encontrados em depósitos sedimentários claramente transportados pela água.
Mais especificamente, na cratera Jezero foram descobertos dois deltas e os cientistas asseguram que existiu um lago de grandes dimensões e correntes aquáticas de 15 mil quilômetros quadrados.
Devido à abundância de água e ao transporte de sedimentos, os pesquisadores afirmam que, se existiu a vida marciana, os deltas foram o lugar adequado para seu desenvolvimento.
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