Etanol brasileiro é o que mais reduz emissões, diz OCDE
Já os biocombustíveis produzidos a partir do milho, como nos Estados Unidos, permitem reduzir as emissões apenas entre 20% e 50%, segundo o estudo da OCDE.
No caso do etanol à base de trigo, produzido em alguns países da Europa, a diminuição das emissões de dióxido de carbono em relação aos combustíveis fósseis são de 30% a 60% e, em relação ao etanol de beterraba açucareira, a redução de CO2 varia entre 30% e 50%.
"Apesar da redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa serem a razão principal das políticas voltadas para os biocombustíveis, os resultados são limitados", diz o relatório.
"O etanol de cana-de-açúcar do Brasil permite diminuir as emissões em pelo menos 80%. No entanto, os percentuais são muito mais baixos para os biocombustíveis realizados com as matérias-primas utilizadas na Europa e na América do Norte", afirma a Direção de Agricultura da OCDE, que realizou o estudo.
Recomendações
Segundo a organização, "o apoio governamental à produção de biocombustíveis nos países da OCDE custa caro, mal consegue reduzir as emissões de gases com efeito estufa e melhorar a segurança energética e repercute fortemente sobre os preços mundiais dos produtos alimentares."
A OCDE reúne 30 economias, entre elas, algumas das mais industrializadas do mundo. O Brasil não integra a organização.
Para melhorar a eficácia econômica, ambiental e social dos biocombustíveis, a OCDE sugere que sejam estabelecidos patamares mínimos para a redução de gases que provocam o efeito estufa.
A organização recomenda também a eliminação de barreiras alfandegárias sobre o produto, além do reforço das pesquisas tecnológicas.
Além do fim das barreiras sobre o produto final, a OCDE recomenda ainda a eliminação de barreiras alfandegárias sobre as matérias-primas utilizadas em sua produção.
De acordo com a organização, essa medida "deve permitir a redução dos custos e melhorar sua eficácia energética".
O documento afirma ainda que na maior parte dos países, os biocombustíveis dependem fortemente de subvenções públicas, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Europa.
"Nesses países, os subsídios atingiram US$ 11 bilhões em 2006 e devem chegar a US$ 25 bilhões por ano em 2015", diz o documento.
Segundo estimativas da OCDE, as medidas de apoio à produção de biocombustíveis custam entre U$ 900 e U$ 1,7 mil por cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser emitida na atmosfera.
A organização afirma que a produção de biocombustíveis deve dobrar nos próximos dez anos.
Os Estados Unidos são os maiores produtores de etanol, totalizando 48% da produção mundial, enquanto o Brasil representa 31%. A Europa totaliza 60% da produção mundial de biodiesel.
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