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Proposta para fim da greve dos Correios vai ser recusada, diz sindicato
A proposta do presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Rider Nogueira de Brito, para encerrar a greve dos Correios não será aceita pelos trabalhadores. A declaração é do representante da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), José Gonçalves de Almeida, afirmando que o posicionamento da entidade nas assembléias desta sexta-feira será pela rejeição.
"Com essa proposta a greve não acaba", afirmou Almeida.
Brito apresentou ontem (10) uma proposta para suspender a paralisação e abrir negociação entre a categoria e os Correios. O acordo prevê que a empresa suspenda a aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários de 2008, "exclusivamente em relação aos carteiros que prestam serviços externos, prevalecendo todas as condições anteriores".
Assim, os carteiros deixariam de receber o valor linear de R$ 260, que foi estabelecido pelo plano da empresa, e voltariam a receber, neste mês e em agosto, os 30% de abono como acontecia antes. A contrapartida dos trabalhadores seria a suspensão da greve.
A direção dos Correios afirmou que aceita a proposta do ministro Rider Nogueira de Brito.
Reivindicação
A categoria reivindica o cumprimento integral de um acordo assinado em novembro de 2007. Os principais pontos não cumpridos seriam a incorporação de 30% de adicional de periculosidade nos salários, negociação do plano de carreira e participação nos lucros.
Os Correios afirmam que o compromisso, com o pagamento de um adicional de R$ 260 já na folha deste mês.
"A gente já passou [pela negociação] duas vezes. Somos gatos escaldados", comentou Almeida, citando as greves em 2007 e abril deste ano para a negociação do acordo que é cobrado pela categoria.
Segundo Almeida, a Fentect irá discutir mudanças na proposta do ministro: garantir o pagamento do adicional de 30% e abrir negociação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
Adesão
Até as 11h desta sexta-feira, os Correios não tinham números atualizados da greve. Ontem, segundo a empresa, a paralisação atinge 23 Estados mais o Distrito Federal, com a adesão de 19% dos empregados da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) e 30% dos carteiros em todo país.
Em dez dias de greve, 240 milhões de correspondências foram postadas. Dessas, 65% já tinham sido entregues. Além disso, os clientes também encaminharam seis milhões de encomendas, com 94% delas já despachadas.
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