Senador é acusado de manter trabalho escravo

A fazenda Santa Amália, de propriedade do senador Jaime Campos (DEM), será monitorada pela Procuradoria do Trabalho de Alta Floresta. Há denúncias de que o senador estaria mantendo 20 trabalhadores rurais sob condições degradantes e ainda por não pagar parte de seus salários. De acordo com a Folha Online, chegou a ser aberto um inquérito, porém, foi suspenso nesta quarta (11), após a assinatura de um termo de ajustamento de conduta.

"O senador se comprometeu a cumprir uma lista de 30 obrigações trabalhistas em futuras contratações, sob pena de multa de R$ 20 mil mensais por item eventualmente descumprido", diz a reportagem. Essa mesma fazenda em Alta Floresta foi multada, no ano passado, em R$ 6 milhões pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). À época, foram detectadas 1,5 mil hectares de desmates em áreas de preservação permanente. Segundo depoimento dos trabalhadores, os alojamentos eram precários, não havia água potável nem equipamentos de proteção individual.

Já o procurador do Trabalho do município, Rafael de Araújo Gomes, relatou que nenhum dos trabalhadores tinha carteira assinada ou direito a assistência médica. "Todos repetiram basicamente a mesma história, com detalhes. Como já haviam deixado a área há alguns dias, seria contraproducente tentar um flagrante." O procurador avalia que as situações de trabalho escravo e degradante se tornaram comuns nas fazendas de pecuária da região de Alta Floresta. "De cada duas fiscalizadas, uma tem problemas relacionados ao não-cumprimento da legislação trabalhista".