“Cuiabá e Várzea Grande precisam de metrô”, diz Riva
Preocupado com o já conflitante trânsito na capital cuiabana, o deputado José Riva (PP) propõe esforço concentrado dos governos Municipal e Estadual indicando a construção de linha para abrigar frota de “Metrô de Superfície” como alternativa de transporte ligando Cuiabá a Várzea Grande. A proposta do parlamentar progressista foi apresentada a Assembléia Legislativa (AL/MT) na sessão ordinária do dia 3 de junho.
“O metrô de superfície tem custo benefício compensador, pois possui uma enorme capacidade de transportar pessoas de forma rápida, segura e confortável. Não se trata de delírio megalomaníaco, mas de uma alternativa capaz de mudar a cara e solucionar de vez o problema do trânsito em nossa capital”, argumenta Riva.
Nesta modalidade de transporte, os trilhos ficam cerca de 6 metros acima do solo e a proposta de Riva é construí-los sobre o canteiro central das avenidas Rubens de Mendonça, Tenente-Coronel Duarte, 15 de Novembro e FEB (em Várzea Grande). A instalação do sistema terá 15 km.
Nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande trafegam aproximadamente 215,3 mil veículos. O número representa um crescimento de 20% em relação à frota registrada em 2005 pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso. Significa dizer que em três anos e quatro meses 35,1 mil novos veículos foram colocados nas ruas das duas cidades.
De acordo com Juarez Fiel Alves, diretor de veículos do Detran, a proposta do deputado Riva pode encontrar respaldo por sua liderança política junto a países que detêm a tecnologia. “Por mês são inseridos 2 mil veículos nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande. Dentro de aproximadamente 5 anos a capital pode parar”, prevê Juarez.
“É uma coisa de louco o que está acontecendo com nosso trânsito. Não sei se é a população que está com poder aquisitivo em ascensão, ou adquirir veículo está mais fácil, se existe deslocamento de castas sociais rurais às urbanas, se o sistema imobiliário traz facilitações à casa própria. Só tenho certeza desse jeito isso aqui vai virar uma São Paulo”, observa a estudante Silmara Ferreira, moradora do Coxipó.
Ela informou que o trajeto que percorria entre sua residência e a faculdade levava em média 8 minutos, três anos atrás. Neste 2008, o mesmo percurso é realizado em média de 25 minutos. “É inacreditável, mas convido qualquer um a este desafio”, assegura a estudante.
O professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eldemir Pereira de Oliveira afirma que o trânsito na Grande Cuiabá está à beira de um colapso. Ele disse que não basta ter um governo atento ao sistema de transporte, mas a cidade precisa de políticas públicas nas quais estejam estabelecidas metas para a continuidade das ações, independente do partido ou gestor que administrar. “É preciso criar no cuiabano uma cultura de transporte. Isso passa por investimentos de curto e longo prazo, bem como um trabalho educativo dos motoristas e pedestres".
As médias e grandes cidades americanas, asiáticas e européias já possuem metrôs aéreos, muito mais baratos e viáveis que os metrôs subterrâneos. O benefício social e o custo por pessoa-transportada-ano é o mais baixo de todas as outras alternativas de transporte.
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