"Eu quero a seleção", diz Renato Gaúcho

Depois de classificar o Fluminense para a final da Libertadores, o técnico Renato Gaúcho quer comandar a seleção brasileira. Ele não fixou prazo, mas deixou claro que o cargo é a sua principal meta na carreira.

Quarta-feira os cariocas garantiram inédita classificação à decisão do torneio continental ao vencer, de virada, o Boca Juniors por 3 a 1, no Maracanã.

"Respeito o Dunga, que está lá, mas eu quero comandar a seleção. Este é o meu desejo e não escondo. Sei que isso vai acontecer, mas entendo que tenho que continuar trabalhando", disse Renato, que começou a carreira há oito anos no Madureira. Desde então, o treinador já trabalhou no Vasco e está pela terceira vez no Fluminense.

Como técnico, Renato manteve o discurso polêmico dos tempos de jogador. Logo após o final da partida, ele fez questão de tripudiar os argentinos. "Se o Boca não nos conhecia, muito prazer, este é o Fluminense. O tão temido Boca levou cinco gols do nosso time em 180 minutos e voltou para casa eliminado", comemorava o treinador, que foi dormir somente às 4 horas da madrugada.

Há mais de um ano no comando, o técnico já entrou para a história do clube (além da final inédita, levou o Fluminense ao seu primeiro título da Copa do Brasil, no ano passado).

Com a ajuda dos milhões da Unimed, patrocinadora do clube, ele montou o time e escolheu os reforços para a Libertadores. Indicou a contratação dos atacantes Washington e Dodô e do meia Conca, destaques da equipe na campanha.

"Estamos tendo competência e sorte. Um time vencedor tem que ter as duas coisas. Em alguns momentos, estamos com pinta de campeão."

Apesar de contar com o apoio dos dirigentes, Renato enfrenta a desconfiança de parte dos torcedores, que o acusa de ser muito cauteloso. O Fluminense joga com só um atacante --Washington. "Sou pago para acertar. Por isso, sempre sigo a minha cabeça. Prefiro errar ao meu jeito do que seguindo o dos outros", declarou o treinador.

Reserva, Dodô não esconde a insatisfação com as idéias do técnico. Ele nem comemorou seu gol, o terceiro do Flu, quarta-feira. "O Dodô foi contratado para fazer gols. Ele faz parte do grupo, e aqui todos têm condições de jogar", disse Renato.

Apesar do excelente retrospecto no torneio continental, o tricolor carioca está na lanterna no Campeonato Brasileiro. O time tem apenas um ponto.

No domingo, o Fluminense enfrentará o Grêmio, em Porto Alegre. "Vou tentar reforçar ao máximo o time", declarou Renato, que acredita já estar na elite de sua categoria.