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Politica Brasil
Quinta - 05 de Junho de 2008 às 20:21
Por: Justina Fiori

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O deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT) defendeu hoje (05.06), em discurso na Câmara dos Deputados, um tratamento diferenciado a Mato Grosso na questão ambiental. Ele lembrou o processo de ocupação do Norte do Estado na década de 70, quando milhares de migrantes chegaram a Mato Grosso incentivados pelo governo federal que, naquela época, oferecia terras baratas e subsídios para quem quisesse ocupar esta região do Brasil. Segundo o deputado, a ditadura do general Emílio Garrastazu Médici tirou do controle dos estados amazônicos 75% das terras devolutas no País. Com o domínio de 350 milhões de hectares, na década de 1970, o Incra se viu transformado no maior latifundiário do mundo. A partir daí, começou a migração de colonos de vários lugares do Brasil, principalmente do Sul e do Nordeste. A maior grilagem de terras do mundo, na Amazônia Brasileira, foi desnudada há 30 anos pela Câmara dos Deputados naquilo que ficou conhecida como a CPI da Terra.

Incentivados pelo governo federal, milhares de migrantes foram parar nessas regiões inóspitas, enfrentando o grande desafio que representava a floresta amazônica, a malária, a falta de infra-estrutura de transportes, de saúde e de educação. Naquela época, ensinaram a esse povo que o progresso significava abrir estradas, construir pontes, abrir novas cidades. Um dos ícones desse período é a construção da Transamazônica e o lema era “integrar para não entregar”.

A conquista do Oeste e o foco da reforma agrária apontavam para o Norte de Mato Grosso. Famílias inteiras deixaram o Sudeste e o Nordeste do País rumo aos projetos de colonização. Mesmo sem a garantia do título definitivo da terra, essas famílias abandonavam tudo, viajando de ônibus e caminhão durante pelo menos quatro dias. Antes de produzir, plantar, semear, lutar pelo crédito no banco e enfrentar a malária, “comiam” barro ou poeira na BR-364, a partir de Cuiabá.

“Pois bem. Em 30 anos, esses migrantes cumpriram com a sua missão e construíram novas cidades, ocuparam o campo, geraram riqueza e mudaram a economia de Mato Grosso e do Brasil. Quem hoje vê cidades como Itaúba, Alta Floresta, Sinop, Sorriso, Nova Mutum e tantas outras do Norte de Mato Grosso não imagina o sofrimento vivido pelos migrantes na construção dessa nova realidade econômica e social naquela região do Brasil”, disse ele.

Segundo o parlamentar, esses mesmos migrantes, que ganharam incentivos do governo federal com a oferta de terras baratas e subsídios para a produção não podem ser chamados hoje de “devastadores da floresta amazônica”.

Para ele, o Brasil precisa reconhecer a importância de Mato Grosso na produção de alimentos não só para os brasileiros, mas para o mundo todo.

Para o parlamentar, o que Mato Grosso reivindica é o reconhecimento de sua importância para o mundo quando se trata de produção de alimentos.

O deputado acredita que este é o momento de construção de um novo modelo produtivo e o mesmo produtor rural, “que adota hoje as mais modernas tecnologias existentes no mundo para aumentar a sua produtividade, não se nega em respeitar o meio ambiente e, certamente, não se negará a construir um novo modelo produtivo, que deve levar em consideração a capacidade de produção no campo e a necessidade de preservação de nossos recursos naturais”.

“Não há como fugir. Esse novo modelo terá que ser construído e o produtor rural não irá se negar a participar, com inteligência, da construção dessa nova realidade”, avalia.





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