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Politica Brasil
Quarta - 04 de Junho de 2008 às 15:49
Por: Catarine Piccioni

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O governador Blairo Maggi (PR) rebateu nesta quarta-feira as declarações da ex-ministra e senadora Marina Silva (PT), de que o governo de Mato Grosso deveria parar de reclamar das medidas contra o desmatamento e colaborar com as ações federais. “Eu faço as duas coisas: reclamo e faço (colaboro)”, disse. Maggi contesta os dados que apontaram o aumento do desmatamento nos últimos meses.

De acordo com a parlamentar, no período eleitoral "há uma dificuldade da parte de alguns estados em fazer parceria com a Polícia Federal e o Ibama (Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e Recursos Renováveis)". Ela citou, especialmente, Mato Grosso e Rondônia. Ainda segundo a petista, esses estados não teriam dado "a devida proteção", pela Polícia Militar, às equipes de fiscalização do instituto.

“A PM sempre acompanhou os trabalhos quando foi solicitado. Nos últimos tempos, o governo federal veio com a Polícia Federal sem comunicar Mato Grosso. Mas qualquer órgão da federação tem essa atribuição (agir independentemente do outro). Não fomos convidados para participar das últimas operações”, disse Maggi. Ele descartou trocar o comando da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

Em discurso durante o 5º Encontro Estadual de Prefeitos, Maggi reafirmou que “nenhum outro estado conseguiu avançar na política ambiental como Mato Grosso nos últimos três anos”.

“Tenho certeza de que Mato Grosso não vai ter a maior quantidade de hectares desmatados em 2008”, disse, em referência ao Prodes, sistema que calcula a taxa anual de desmatamento.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), criado pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), confirmaram as informações divulgadas anteontem pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e indicam tendência de alta no desmate.

Assim como o Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe, o SAD é um sistema de alerta que usa imagens dos satélites americanos Modis. Entretanto, enquanto o primeiro capta corte raso de floresta e também degradação progressiva da floresta, o segundo detecta somente corte raso. O governador defende a separação entre corte raso e degradação.

Mudanças -- A Casa Civil, segundo Maggi, vem estudando mudanças na legislação ambiental do Estado. “Queremos trazer os produtores para a legalidade. Mato Grosso precisa parar de crescer horizontalmente”, disse. O governo pretende descentralizar, por meio dos consórcios regionais, a gestão ambiental no que se refere à emissão de licenças. A idéia é desafogar a Sema.

“A lei prevê a descentralização a partir dos municípios ou consórcios. Temos municípios muito pequenos que não têm capacidade de ter um geólogo ou engenheiro sanitarista, por exemplo, para licenciar um posto de gasolina. Em forma de consórcio, isso fica mais fácil. A autorização é para licenciamentos simples e nas zonas urbanas, não nas rurais, nada a ver com desmatamento”, disse Maggi.

O governador vai viajar amanhã para Washington (Estados Unidos), onde vai participar de mais um evento sobre meio ambiente. Ele vai defender novamente que os proprietários rurais sejam remunerados para manter preservadas áreas a que teriam direito a desmatar.





Fonte: Olhar Direto

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