Conselho aprova R$ 40 mil para Festa do Queijo
As aprovações de projetos culturais que pleiteiam recursos do Conselho Estadual de Cultura tiveram início na semana passada e já vêm causando polêmica. Um tópico com o nome “Os ratos irão ou estão fazendo a festa!!” publicado na corrente de discussão do Fórum Permanente de Cultura - grupo fechado que reúne vários artistas e produtores culturais de Mato Grosso -, manifesta o repúdio pela aprovação do projeto “Festa do Queijo – Riquezas do Campo”, proposto pela Prefeitura de Curvelândia, no valor de R$ 40 mil.
O autor do manifesto prefere não se identificar, mas destaca que o secretário de Estado de Cultura, Paulo Pitaluga, “alegou a vários produtores culturais que estiveram reunidos em seu gabinete que ´este ano a bagunça acabou!!´, mas pelo que estamos vendo ´acabou de começar´, diz a declaração apócrifa.
No começo de seu mandato, Pitaluga radicalizou o discurso e disse que iria moralizar o Conselho e só aprovar projetos que tivessem cunhos culturais. Criticou duramente as festas das prefeituras, que não fomentam a cultura mato-grossense e ainda trazem artistas de outros Estados para se apresentarem.
Fato curioso é que a Festa do Queijo terá na sua programação o show da dupla sertaneja César e Paulinho, artistas do interior de São Paulo, e conta ainda com cavalgadas, a final da copa do queijo, maratona do queijo, concurso gastronômico, degustação do queijo gigante, além de outros shows e apresentações culturais.
O manifesto ainda cobra uma justificativa organizacional do conselho e do secretário, já que é o presidente da instituição, que é composta por 10 conselheiros, 5 representantes eleito pela própria classe artística e outros 5 membros do governo nomeados pelo governador Blairo Maggi, com exceção de Pitaluga e do secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, que possuem cargos permanentes.
Em outro trecho do protesto, ele questiona as atitudes dos conselheiros: “Se os nossos representantes da cultura escolhidos para lutar pela ética, conforme discursos no dia da eleição, não tiverem critérios além dos eleitoreiros e do manda e desmanda do alto escalão do governo, continuaremos a ver o grande balcão de negócios da cultura, no que se diz respeito à aprovação de projetos”.
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