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Nacional
Quarta - 28 de Maio de 2008 às 16:44
Por: Paulo Toledo Piza

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Com a voz embargada e chorando, Anna Carolina Jatobá, acusada de matar a enteada, Isabella Nardoni, voltou a negar nesta quarta-feira ao juiz Maurício Fossen qualquer participação no crime. A sessão começou pouco depois das 14h com a leitura da denúncia oferecida pelo Ministério Público. Enquanto o juiz lia o texto, a madrasta balançava a cabeça repetidamente em gesto de negação.

Jatobá foi trazida de Tremembé, onde está presa, para São Paulo nesta quarta. Algemada, acompanhada de sete policiais militares, ela foi colocada em frente ao juiz para responder as perguntas.

Na primeira hora de depoimento, as questões do juiz tiveram longas repostas da madrasta. Mesmo sem ser questionada, ela afirmou que um pedreiro que participou da reforma de seu apartamento abandonou a obra depois de brigar com um colega. Segundo a madrasta, ele nem voltou para receber pagamento pelo trabalho.

A hipótese de uma terceira pessoa ter entrado no apartamento é a principal tese da defesa de Jatobá e do marido, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, também acusado.

Jatobá reafirmou que tinha uma boa relação com a enteada e voltou a relatar um que as duas desenhavam corações no vidro do banheiro do apartamento, para mostrar que não tinha motivos para agredir ou matar Isabella. O episódio já havia sido contado em uma entrevista do casal ao programa "Fantástico", da TV Globo.

Seqüência

Anna Carolina detalhou o que ocorreu entre a ligação que fez para a família da mãe de Isabella, na quinta-feira --para combinar quando pegaria a menina para passar o fim de semana com o pai-- até o sábado, 29 de março, data do crime.

A versão inicial de Anna e Alexandre foi praticamente a mesma apresentada desde o dia da morte da garota. A madrasta afirmou ter certeza de que não havia sangue no carro, diferentemente do que consta nos laudos da polícia científica, e que não houve discussão entre o casal antes do crime, o que foi relatado por testemunhas.

Para o promotor Cembranelli, a briga ocorreu e antecedeu as agressões a Isabella. O motivo da discussão entre o casal seriam os ciúmes que Jatobá alimentava em relação a Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella e ex-namorada de Alexandre.

"Um tempinho"

Apenas hoje, após dois depoimentos à polícia, Jatobá contou que ela, o marido e os dois irmãos de Isabella ficaram "um tempinho" no carro depois que Alexandre voltou do apartamento. O motivo seria o barulho na garagem, que poderia acordar as crianças.

O tempo no carro pode ser um dado importante para a defesa do casal. Segundo a versão dos acusados, Alexandre levou Isabella para o apartamento, a pôs na cama do quarto de hóspedes e voltou para a garagem. Lá, se juntou à mulher e aos filhos e voltou para o apartamento.

Ao entrar, segundo a madrasta, ele foi ao quarto de Isabella, viu que ela não estava e disse "cadê a Isabella?". Jatobá afirmou que, inicialmente, achou que a enteada havia caído da cama. Logo depois, Alexandre constatou sangue na cama do outro quarto e a tela da janela rompida.

A polícia e o promotor, no entanto, dizem que o tempo entre a hora que o carro foi desligado --fornecido pela empresa de rastreamento-- e as primeiras chamadas depois da queda da menina não seria suficiente para que alguém invadisse o apartamento, agredisse a menina e a jogasse pela janela.

Com RENATO SANTIAGO, da Folha Online





Fonte: Folha Online

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