Aliança em VG lembra a de 98 com Júlio-Bezerra
O reflexo do acordão em Várzea Grande que uniu os adversários políticos Júlio Campos (DEM) e Maksuês Leite (PP) para as eleições deste ano pode produzir estrago assim como o de 1998, quando o próprio Júlio, então candidato a governador pelo PFL e líder absoluto nas pesquisas de intenção de voto, trouxe para o palanque o inimigo Carlos Bezerra (PMDB). O eleitor reprovou a aliança e ambos "morreram" abraços nas urnas. Júlio perdeu para o governo do Estado e, Bezerra, para o Senado.
A repercussão com essa nova composição política provocou reviravolta em Várzea Grande. O deputado Maksuês aparecia na liderança na corrida a prefeito, com um discurso duro contra as oligarquias Campos. Já havia "amarrado" composição com 8 partidos, entre eles PT e PMDB. Pressionado, o deputado jogou tudo para o alto. Fechou acordão com Júlio, com direito a indicar a esposa Mara Rúbia de vice da garantia e conduzir ao menos 3 secretarias, em caso de eleição e garantia de apoio logístico para buscar um novo mandato parlamentar em 2010.
Com 32 anos de idade, Maksuês é o que mais sofre bombardeio. O recuo da candidatura própria e a composição mal explicada com os Campos pode ter comprometido o seu futuro político. Em meio ao desgaste, a chapa Júlio-Mara passa a lutar pela superação junto ao eleitorado. De um lado, o ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado federal e ex-senador reúne carisma e boa articulação mas, de outro, representa o que muitos classificam de forças retrógradas da política. Por enquanto, o único concorrente é o próprio prefeito Murilo Domingos (PR), que enfrenta alto índice de rejeição.
Sem Maksuês Leite no páreo, partidos como PMDB e PT ficaram órfãos e buscam alternativas. Admitem lançar candidatura própria.
Explicações
Perguntado se o acordão não poderá produzir efeito contrário, ou seja, perda de voto daqueles eleitores que se sentiram traídos, Júlio Campos assegura que não. Segundo ele, em 98 a coligação PFL-PMDB foi mal explicada e que agora o acordo feito entre DEM e PP não se limitou a Várzea Grande, mas também em outros 51 municípios. "Não é nenhum escândalo essa composição. Muitos estão interpretando mal. Faz parte de um acordo envolvendo diversos municípios", enfatiza Júlio Campos, que deve ter o irmão-senador Jaime como coordenador-geral da campanha.
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