Desmatamento avança na Amazônia, diz Minc
Sem adiantar números, o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou na manhã desta quarta-feira (21), no Rio, que vai estrear em Brasília com notícias nada boas. De acordo com dados que serão divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na próxima segunda-feira (26), o desmatamento aumentou na região da Amazônia, particularmente em Mato Grosso.
Ele repetiu o que havia dito no Jornal das 10, da Globonews, na noite de terça.
“Vai ser um dado ruim, vai ser um dado de aumento de desmatamento, e para variar mais de 60%. Em qual Estado? Quem sabe? Mato Grosso", disse Minc, um dia depois de o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, ter afirmado que não cederia policiais do estado para a formação da Força Nacional Florestal, proposta pelo ministro.
Minc disse que não quer impor nada a ninguém e nem criar polêmica sobre o assunto, mas para ele, Maggi vai ter de se entender com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a questão da proteção do meio ambiente.
“Pecuária ostensiva na Amazônia é se opor à tecnologia, é regressão econômica”, disse Minc.
Mais verbas para o Rio
Como ministro, Minc pretende obter para o Rio de Janeiro o restante da verba necessária para a obra de recuperação dos rios Iguaçu e Sarapuí, na Baixada Fluminense. Ele destacou que o estado conseguiu a liberação de R$ 270 milhões do governo federal – dos quais R$ 58 milhões são de contrapartida do estado.
“Todo o projeto está orçado em R$ 800 milhões. Vou ver se consigo mais recursos federais para essa obra”, disse o ministro.
Na próxima semana, Minc viaja para a Alemanha, onde vai apresentar o programa de proteção de biodiversidades, como o Arpa (Áreas de Proteção da Amazônia). O ministro já conseguiu uma verba de 150 milhões de euros para este programa. Mas ele quer mais.
“Quero tentar lançar por lá o programa de Áreas de Proteção da Mata Atlântica (Arpama) e obter euros para recuperar as nossas matas”, disse o ministro.
Minc também quer levar para o ministério uma idéia que será lançada na próxima semana pelo governador do Rio, Sérgio Cabral. No início de junho, Cabral vai assinar decreto instituindo a compensação energética. Ou seja, cada indústria que utiliza a matriz fóssil (petróleo) como fonte energética deverá utilizar também o equivalente de fonte de energia renovável, como a solar, eólica ou vinda do bagaço de cana.
“Minha intenção é estender essa idéia aos outros estados, como forma de preservar o meio ambiente”, explicou Minc.
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