Portocarrero deve recuar para PT apoiar Mendes em Cuiabá

O arquiteto José Portocarrero, que venceu nas prévias o médico Alencar Farina, começa a ser pressionado para desistir da pré-candidatura a prefeito da Capital, tanto pela corrente Unidade na Luta (ex-Campo Majoritário), que congrega os deputados Alexandre Cesar, Ságuas Moraes e Carlos Abicalil, quanto pela turma da botina, núcleo ligado ao governador Blairo Maggi.

Esses blocos batem duro para tirar Portocarrero do páreo e, assim, levar o PT para os braços do empresário Mauro Mendes, que assumiu a condição de pré-candidato e na segunda (26) vai oficializar o nome junto à direção estadual do PR. O argumento é que PT e PR são aliados. Enquanto os republicanos dão sustentação ao governo do presidente Lula, os petistas integram a base da administração Maggi, inclusive ocupando cargos importantes, como a pasta da Educação, com Ságuas e Vera Araújo.

Como Portocarrero foi eleito nas prévias, só há um caminho para o PT não disputar a prefeitura: renúncia do próprio pré-candidato. As pesquisas mostram que o PT não tem chance de conquistar o Alencastro. Hoje Portocarrero é o "lanterna" e fala sozinho. Sua candidatura serviria apenas para marcar posição e fazer palanque para os concorrentes à cadeira de vereador.

Portocarrero tem sido "assediado" pelo grupo de Alexandre e Abicalil, que receberam a missão de conduzir o partido à aliança com Mendes. No grupo, já se comenta que "Portocarrero seria um bom vice". Em 2004, o PT, com Alexandre, foi para o segundo turno em Cuiabá contra o vitorioso Wilson Santos (PSDB), que agora busca a reeleição. À época, o governador Maggi, ainda no PPS, apoiou o petista. De lá para cá, o PT virou aliado e, pelo visto, continuará sendo coadjuvante.