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Politica Brasil
Terça - 20 de Maio de 2008 às 08:45
Por: Cirlene Lopes

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“É uma situação lamentável e de quebradeira geral num futuro muito próximo”. Num tom preocupado e apresentando um cenário nada positivo para o setor agrícola de Mato Grosso e até do Brasil, o governador Blairo Maggi fez um apelo ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, durante solenidade de lançamento do Programa Territórios da Cidadania, nessa segunda-feira (19), em Cuiabá.

“A nossa situação é muito difícil, nós precisamos de um tempo muito maior, aliás não foi dado tempo nenhum, foi dado 30 dias. Nós não temos condições de cumprir o que está sendo exigido, poderemos chegar lá num futuro a médio prazo de 10 a 15 anos. Antes disso a manutenção dessa resolução é diminuir e acabar com a atividade econômica desses municípios(...) Quero deixar aqui a minha preocupação”, afirmou Blairo Maggi.

O governador se referiu à resolução 3.545 do Banco Central, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, em fevereiro, que decidiu que a partir do dia 1º de junho deste ano as propriedades localizadas nos municípios que compõem a Amazônia Legal sofrerão uma maior restrição ao crédito. De acordo com a decisão do Conselho Monetário Nacional, os bancos públicos e privados só poderão conceder crédito rural aos produtores da região da fronteira agrícola na Amazônia mediante a apresentação de documentação de regularidade ambiental e outras condicionantes exigidas como pré-requisitos para a aprovação dos projetos.

Para agravar ainda mais a situação, o Governo Federal considerou como sendo do bioma Amazônico municípios que estão na área de Cerrado. O ministro explicou que apenas 4% dos municípios eram de Floresta e 96% do Cerrado e o documento incluiu esses 96% também como sendo da Amazônia Legal. Em Mato Grosso, 86 municípios foram incluídos.

O governador falou ainda do aumento exagerado de preços dos fertilizantes. Segundo ele, os insumos tiveram acréscimo de 400 a 500% nos preços.”Há quatro meses o produtor pagava US$ 200 por uma tonelada de fertilizante e hoje paga-se até US$ 1 mil. Com a falta de crédito e insumos muito caros, é uma conjuntura muito negativa”, salientou.

Maggi fez questão de dizer que não discorda de forma nenhuma das ações de combate ao desmatamento e apresentou dados de um rápido levantamento feito pelo Estado. Os números demonstram que nos últimos 20 anos (1988-2008), o período em que menos se desmatou foi exatamente nos últimos três anos. “Mato Grosso não deveria estar sendo criticado e sim elogiado pelo que está fazendo na questão ambiental”, disse. A média sempre foi de seis mil quilômetros quadrados e agora está em três mil quilômetros quadrados.” Nós não podemos ser crucificados da forma que estamos sendo”.

Ainda sobre os requisitos que passarão a ser exigidos para financiamento das áreas localizadas na Amazônia, o governador destacou que o órgão estadual de Meio Ambiente (Sema) não tem condições de atender às exigências e explicou que num modo mais rápido (onde toda a documentação exigida está correta) um licenciamento ambiental leva cerca de dois anos no mínimo para ser concedido. Além disso, a desorganização da base fundiária no Estado é outro agravante .

O governador solicitou também o apoio dos parlamentares da Bancada federal de Mato Grosso. Ele falou aos deputados federais Carlos Bezerra e Eliene Lima, que estavam presentes à solenidade, e também ao senador Gilberto Goellner. “Que os senhores peguem isso como uma questão de Estado”, finalizou.





Fonte: Secom-MT

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