Governo de MT embarga 15 mil ha. em oito áreas desmatadas (Atualizada)
Das oito fazendas, quatro proprietários são do Estado de Goiás e dois de São Paulo. “Os produtores de Mato Grosso estão atentos à legislação e cada vez mais vêm diminuindo o desmatamento. Nas áreas embargadas, por exemplo, há duas propriedades de fazendeiros mato-grossenses que estavam com Licença Ambiental Única (LAU) e foram vendidas para pessoas de outros estados que, mesmo com a LAU, desmataram áreas de Reserva Legal. Ato que é proibido”, ressaltou.
As áreas embargadas correspondem a aproximadamente 15 mil hectares e estão localizadas nos municípios de São Félix do Araguaia (1.200 km a Nordeste de Cuiabá), Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá), Querência (945 km a Nordeste de Cuiabá) e Gaúcha do Norte (595 km ao Norte de Cuiabá). Os proprietários destas áreas foram autuados e serão multados pelo órgão ambiental. As multas serão de aproximadamente R$ 4,5 milhões. O descumprimento ou violação do embargo consiste em crime contra o meio ambiente.
As áreas foram detectadas pelos dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) de janeiro e fevereiro deste ano. Foram oito municípios fiscalizados, em um total de 65 pontos que o Deter apontava como desmatados. O desmatamento ocorreu de fato em 17 destes pontos, que estão nas oito propriedades com áreas embargadas e em áreas de assentamentos.
Em uma das áreas a Sema detectou um desmatamento de 446 hectares em uma reserva legal, gerando uma multa no valor de R$ 2,3 milhões. De acordo com Daldegan, essa foi a única área detectada como de reserva legal.
Durante a ação de fiscalização da Sema, os técnicos também verificaram desmatamentos de 729 hectares em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Nestes casos, as áreas devem ser autuadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).
O valor das multas varia de acordo com a área e a quantidade de hectare desmatado. O desmatamento em áreas passíveis de exploração varia de R$ 100 a R$ 300 por hectare. Já em áreas de reserva legal, o valor passa para R$ 1,5 mil a R$ 5 mil.
O superintendente de Fiscalização da Sema, major Jonas Duarte Araújo, explica que o Estado de Mato Grosso é o primeiro a ter redução de nuvens na Amazônia, o que facilita o trabalho de detecção de áreas desmatadas. As ações de fiscalização foram determinadas pelo Governo do Estado, inclusive as ações de embargo a todas as áreas que realmente desmataram.
Todos os dados apresentados pelo Deter – sistema utilizado para apontar possíveis desmatamentos – são verificados pela Sema e em todas os pontos que o desmatamento for confirmado será feito o embargo, autuação do proprietário e aplicação de multas.
A superintendência de Fiscalização da Sema começa agora a verificação dos dados de desmatamento do Deter do mês de março. Estes dados foram divulgados esta semana e apontam redução no desmatamento no Estado de mais de 80%. Os dados serão checados mês a mês.
DETER - A metodologia Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), utiliza imagens detectadas pelo sensor Modis dos satélites norte-americanos Terra e Acqua e se caracteriza pela maior freqüência de cobertura (de três a cinco dias), mas apresenta resolução bem mais baixa, de 250 metros. O Deter é utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para monitorar o processo de desmatamento e degradação da floresta e, conforme o Inpe, não tem como objetivo estimar a área total desmatada na Amazônia.
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