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Politica Brasil
Segunda - 12 de Maio de 2008 às 20:51
Por: Valdemir Roberto

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O eleitor de Várzea Grande que ser prepare: a disputa pela cadeira do atual prefeito Murilo Domingos promete capítulos emocionantes e grandes revelações. Na concepção mais popular, deve ser uma eleição “suja”, com ataques e contra-ataques. O perfil dos personagens não deixam dúvidas: de um lado, o experiente e sagaz Júlio Campos, que há anos estava “encoberto” pela toga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE); de outro, o implacável Maksuês Leite, com carreira meteórica na política.

Os dois deverão polarizar, de acordo com as pesquisas, as atenções eleitorais. Neste momento, Leite leva ampla vantagem sobre seu oponente. Novo, vindo de uma eleição para deputado e antes tendo disputado estrategicamente a eleição de prefeito, Maksuês está na boca do povo de Várzea Grande. Odiado e festejado ao mesmo tempo. A grande vantagem vem com os mutirões populares que realiza pela cidade. Como âncora de um programa popular na TV, Leite usa e abusa do espaço para difundir o seu nome.

Todavia, essa vantagem ampla está sendo reduzida aos poucos. Júlio Campos vem usando de todo o seu conhecimento para chegar aos seus velhos eleitores e conquistar os novos várzea-grandenses. “Armou” uma prévia interna do Partido dos Democratas, o antigo PFL que há anos abriga o clã Campos, para difundir seu nome. Como todos já esperavam, conquistou a condição de candidato internamente. Além disso, Júlio é considerado uma das raposas políticas de Mato Grosso. E no ataque.

Um dos capítulos que ajudam a ilustrar a concepção de que a eleição em Várzea Grande será dura e acirrada foi dada no final de semana. Campos conseguiu tirar o “nanico” PTC das mãos de Maksuês Leite. Isso mesmo: o minúsculo Partido Trabalhista Cristão foi disputado quase a tapas pelos dois lados. Numa manobra política estratégica, Júlio Campos conseguiu a destituição do Diretório Municipal do PTC. A sigla em Várzea Grande agora é comandada por Benedito Souza Filho, que recebeu a incumbência do presidente do Diretório Regional, Otavio Oliveira, de “arrumar a casa”.

Aos detalhes: Otávio foi presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), na época chamada de Superintendência de Campanhas da Amazônia (Sucam) quando Campos era governador do Estado. Faz muito tempo. Fora isso, o suplente de deputado federal Ciro Pinheiro, nome lançado para prefeito de São Paulo, pelo PTC, com grande influência partidária, foi assessor de Júlio na época em que era senador da República. Reinou, assim, a política de gratidão. Em outras palavras, o passado “amarrou” o PTC. Além disso, o irmão de Júlio, o senador Jaime Campos, fez articulações em Brasília junto a direção do PTC.

Ou seja: tudo na cidade ganhou grau de importância relevante. Benedito Souza é taxativo ao dizer que o PTC de Várzea Grande não estava falando a mesma linguagem com o Diretório Regional – daí a destituição dos seus membros. Na direção do partido, informações dão conta de que Leite teria até mesmo preparado um churrasco à moda gaúcha para comemorar a adesão do PTC.

Na semana passada, ao fazer uma visita ao deputado Gilmar Fabris (DEM) na Assembléia Legislativa, Júlio admitiu que está fazendo contatos para construir “a maior frente política de Várzea Grande”. Diz já ter dez partidos o apoiando. Maksuês também. Nas contas dos dois, porém, deve faltar partido em Várzea Grande. Na visita de cortesia ao deputado em vias de ser cassado, Júlio Campos disse também que está tentando, ao mesmo tempo, reagrupar os Democratas. O partido ficou “rachado” depois da disputa interna. Campos tenta atrair de novo Wallace Guimarães e seu grupo. Como moeda de troca, deve tentar convencer a médica Jaqueline Guimarães, esposa do deputado, a ser sua vice.

A missão de Júlio é inglória. Por exemplo, remando contra a maré, o filho Júlio Neto, chegou a declarar que Wallace precisava ser enquadrado. Uma declaração explosiva, que Júlio tenta agora arrefecer: “Todo jovem é impulsivo” – admitiu. Ao mesmo tempo, como pai, optou por acusar o veículo de notícia de ter deturpado as declarações do rapaz. “Isso é obra de Antero, que comanda o marketing de Maksuês, como forma de atrair o apoio de Wallace” – acusou.

Em determinado momento, o pré-candidato democrata tenta passar por cima do seu oponente eleitoral, ao tentar desconhecer sua força no momento. Mas não tira o adversário do pensamento. Provocador, disse que Maksuês não tem nenhum tipo de experiência, “mas se disser que ele e um bom apresentador de TV, um bom locutor de radio, eu tenho que concordar”. Acusa Leite de ter ainda dois anos de mandato para provar que “é um bom deputado” porque até agora, segundo ele, não apresentou um “projeto concreto liquido e certo”. E arremata: “Para prefeito, para o Executivo, ele precisa estudar mais um pouco” – disse, recomendando ao oponente um curso de gestão administrativa e também trabalhar em um cargo Executivo para poder tomar conta de uma cidade.

Julio disse que nesta eleição não espera ataques. Retórica pura! O experiente político sustenta que se vier ataques vai ter volta. Júlio promete que sua campanha vai se basear nas propostas e plano de Governo. “Eleitor não quer mas isso. O eleitorado de Mato Grosso quer ouvir propostas, idéias e projetos” – garante. Contudo, demonstra que vai continuar provocando.





Fonte: 24 Horas News

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