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Politica Brasil
Segunda - 12 de Maio de 2008 às 07:01
Por: Fernanda Odilla

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Os pré-candidatos às eleições municipais estão cada vez mais ausentes das sessões deliberativas no Congresso. Os 52 aspirantes a prefeitos de capitais tiveram 300 faltas nos primeiros quatro meses deste ano, contra 204 no mesmo período de 2007, um aumento de 47%. Dos 52 deputados federais que se preparam para a campanha, 32 faltaram mais a sessões deliberativas na Câmara neste ano do que até 30 de abril de 2007.

Nos primeiros quatro meses deste ano, a Câmara registrou 35 dias de trabalhos em plenário. No mesmo período de 2007, foram 38 dias de sessões deliberativas. A média de faltas por candidato parlamentar pulou de 5,3 para 8,9, nos dias em que há votação e discussão no plenário. Nas segundas e sextas-feiras, há sessão apenas para pronunciamentos de deputados, e as faltas são toleradas.

Apesar de confirmarem o envolvimento com a campanha eleitoral, os três deputados candidatos que mais faltaram ao trabalho na Câmara neste ano --Rebecca Garcia (PP-AM), Maria do Rosário (PT-RS) e Fernando Gabeira (PV-RJ)-- justificam a ausência dizendo que enfrentaram problemas de saúde no início deste ano.

O único que admite ter faltado também para tratar da eleição é Gabeira, candidato a prefeito do Rio de Janeiro. "Fiquei uma semana doente e faltei durante a fase de articulação política. Mas estou tentando, ao máximo, equilibrar as duas tarefas", disse ele, que faltou três vezes mais em 2008 que no mesmo período de 2007.

Até abril, Gabeira ficou 12 dias longe das votações no Congresso. No ano passado, foram só quatro dias. Depois que o PV, o PPS e o PSDB se uniram para tentar elegê-lo, o deputado diz aproveitar as segundas e as sextas-feiras, dias em que não há sessões deliberativas, para percorrer universidades e fazer reuniões em casas de aliados.

Rebecca, que disputa no próximo mês as prévias do PP para concorrer à prefeitura de Manaus, faltou 14 dos 35 dias. No ano passado, ela se ausentou só cinco vezes. "Estou me tratando de um problema renal. Preciso estar com saúde para a campanha", disse.

A deputada Maria do Rosário, candidata do PT em Porto Alegre, também faltou mais neste ano que em 2007. Ela perdeu 13 dias de trabalhos na Câmara até abril e cinco no mesmo período de 2007. "Tive problemas de saúde que me tiraram de campo", argumentou.

Envolvido na campanha municipal em Belo Horizonte, o deputado Antônio Roberto (PV-MG) não é o recordista em números de faltas. Mas os trabalhos como deputado, consultor comportamental e articulador do PV em Minas lhe fizeram faltar dez dias.

Em 2007, ele esteve em todas as sessões deliberativas de fevereiro, março e abril. "Faltei mais porque cumpri compromissos fora do Congresso. Representei a Câmara em Barcelona, participei de palestras e tive problemas de saúde", afirmou, dizendo que tem se dedicado a promover a aproximação do DEM com o PV na capital mineira por telefone.

Único deputado candidato sem faltas nas sessões deliberativas deste ano, Pedro Fernandes (PTB-MA), presidente do partido no Estado e candidato a prefeito de São Luís, também disse que vem usando o telefone celular como a principal ferramenta de trabalho na campanha. "A campanha só começa mesmo em agosto. Até lá, vou me virando, afinal, fui eleito para ser deputado, não candidato", disse, lembrando que, se a justificativa da falta não for aceita pela Mesa da Câmara, o parlamentar paga com descontos no próprio salário.

Os parlamentares não têm prazo para justificar as ausências no plenário. O decreto legislativo 07/95 estabelece que o desconto por falta sem justificativa equivale à divisão do "subsídio adicional" do deputado pelo número de sessões deliberativas do mês. O "subsídio adicional" hoje vale R$ 10.320,06. Além desse valor, o deputado recebe mais R$ 6.192,03, totalizando um salário mensal de R$ 16.512,09.





Fonte: Folha de S.Paulo

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