Dois jovens com missões árduas
Quando o governador Blairo Maggi (PR) nomeou, na secretaria de Fazenda, Éder Moraes, e na Casa Civil, Eumar Novacki – com carta branca para que atuassem em suas respectivas pastas – deu uma grande sacada. Dois jovens para comandar duas pastas fundamentais para o governo do Estado. A primeira com a incumbência de arrecadar e a segunda de manter um relacionamento harmônico com todos os poderes constituídos e levar à administração os clamores da sociedade. Os dois secretários com missões diferentes, porém árduas.
Éder Moraes, com atitudes simples e corajosas, deu uma guinada na Sefaz/MT. Está desenvolvendo seu trabalho com eficiência, determinação e, acima de tudo, com responsabilidade. A proposta do novo secretário é aumentar a arrecadação sem acrescer os impostos, que já pesam no bolso do contribuinte; esse é o grande diferencial e também um desafio. Mesmo que isso o deixe ‘antipático’ diante de pessoas e grupos que sempre quiseram levar vantagens à custa do erário público. Estes sim estão esperneando e provavelmente se articulando para o confronto com Éder Moraes. Mas pelo jeito a briga será boa. Moraes já deu sinais que não é correr de desafios – foi assim quando assumiu a MT Fomento.
Já o chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, desde os primeiros dias a frente da pasta foi possível observar as mudanças que se seguiriam. Já no começo, fez uma reunião com os deputados da base aliada do governo na Assembléia Legislativa (AL), ouviu as queixas e reivindicações, expôs sua proposta de trabalho e saiu fortalecido junto aos parlamentares – que demonstravam descontentamento com a falta de diálogo com o governo, por meio dos interlocutores.
As reclamações foram pontuais: uma direcionada a maioria do secretariado e a outra quanto aos vetos. Contra os secretários, as reclamações foram por falta de respostas aos questionamentos feitos pelo legislativo. Consideram que não há respeito às solicitações feitas pela AL. Em relação aos projetos que são vetados pelo Executivo, os deputados argumentam que com pequenos ajustes poderiam solucionar o impasse, mas por falta de diálogo dos interlocutores os canais de comunicação com o governo sofreram muitos ruídos – que acabavam, na maioria das vezes, gerando desconforto.
Para Novacki a responsabilidade é enorme, pois a falta de experiência nesta delicada área de atuação aliada a sua pouca idade poderiam ser consideradas empecilhos. Mas parece que o ex-ajudante de ordem de Maggi aceitou o desafio e está demarcando seu espaço com determinação e, é claro, com o aval do governador.
Na reunião com os secretários dias atrás, Blairo Maggi compareceu para finalizar o encontro e reafirmou o que havia dito em discurso de posse. “Não era apenas discurso, quero deixar bem claro que a Casa Civil tem autonomia. Quando receberem um chamado do secretário, entendam que é um chamado do governo”, disse Maggi ao secretariado.
Novacki está definindo seu território e ocupando o vácuo deixado pelo ex-secretário de Educação e ex- chefe da Casa Civil, Luiz Antonio Pagot, hoje diretor geral do Dnit – que blindava o governador e tinha carta branca para atuar em todas as áreas do governo. Eumar Novacki parece que percebeu com clareza que, após a saída de alguns membros que respaldavam o governador em todas as circunstâncias, era necessário ajeitar novamente a engrenagem no governo. Com humildade e simplicidade, ele está ganhando cada dia mais a confiança do chefe maior.
Se a idéia de Blairo Maggi era dar, literalmente, cara nova a seu governo – acertou em cheio. Os dois últimos secretários empossados, com certeza, além de contribuírem com suas pastas, estão dando mais “gás” aos colegas – que já andavam meio apagados. Com isso, todos saem lucrando – governo, secretários e sociedade, que poderá ter respostas mais rápidas e eficientes.
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