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Politica Brasil
Quinta - 24 de Abril de 2008 às 13:08

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As eleições municipais são usadas por vários políticos como trampolim para se chegar às majoritárias. Muitos daqueles que estarão no embate no pleito de outubro deste ano, com discurso de que estão preocupados com as problemáticas do seu bairro, no fundo, só tem olhos para 2010, seja para cadeira de governador ou senador seja para as proporcionais de deputado estadual ou federal.

Em Cuiabá, por exemplo, você verá um Wilson Santos doido pela reeleição. Não é por menos. Vai transformar o pleito num primeiro teste rumo à 2010. Ele vai reafirmar o compromisso de limpar e conservar ruas, coletar lixo, resolver problemas no trânsito, manter salário em dia... tudo como pretexto para reconquistar a confiança do eleitor, que vai estar votando em alguém que já pensa na eleição para governador.

Santos não terminou o mandato de deputado federal. Agora, se reconduzido ao Palácio Alencastro, fará o mesmo. Valtenir Pereira, pré-candidato a prefeito pelo PSB, segue a mesma linha. Se conquistar a prefeitura, sai no lucro. Ele quer marcar posição, ganhar visibilidade eleitoral, pensando na reeleição de 2010.

Tanto Santos quanto Valtenir deixaram os mandatos anteriores pela metade. O primeiro foi vereador. Na metade da estrada desviou o itinerário. Se elegeu federal e, agora, em mais um salto, sonha em ser prefeito. O tucano também abandonou o mandato de deputado federal para assumir a prefeitura.

O PP quer fazer o mesmo com o deputado Walter Rabello. Caso o parlamentar saía derrotado, vai ter chance de continuar ou na Assembléia ou até garantir espaço como federal. O PR prepara Mauro Mendes para conquistar espaço na Capital. Se obtiver êxito, Mendes vai ser o principal cabo eleitoral da turma da botina para eleger Blairo Maggi senador.

Nos bastidores, todos preparam armadilha. Por isso, convém o eleitor abrir os olhos porque o seu voto de 2008 pode estar ajudando a eleger um nome para governador. Parece que eles não querem ser prefeito. Querem, sim, mais. O limite são as ambições políticas.

Em Várzea Grande, Júlio Campos faz de tudo para Wallace aceitar a sua proposta. Pediu que o deputado desista da pré-candidatura a prefeito e passe a apoiá-lo. Em moeda de troca, Wallace emplacaria a esposa Jaqueline de vice de Júlio e receberia apoio do grupo dos Campos para concorrer a deputado federal em 2010. Dito Loro (PSDB) deixou a presidência do Dae e a condição de homem de confiaça do prefeito Murilo Domingos para viver um "sonho (im)possível": ser prefeito, vice ou ganhar visibilidade eleitoral para disputar candidatura de deputado estadual.

O foco é mesmo 2010. Em Rondonópolis, o deputado Carlos Bezerra aposta todas as fichas na reconquista da prefeitura através do seu afilhado político, deputado estadual Zé do Pátio que, aliás, lidera as pesquisas de intenção de voto. Se conseguir esse trunfo de derrotar o grupo de Sachetti e de Maggi, o cacique se fortalece como pré-candidato a governador.

Eles sonegam ao eleitor que vão à campanha sem dizer que, daqui a dois anos, deixarão a cidade na mão. Questionados, não admitem a manobra. Garantem que a intenção é concluir o mandato integralmente. Foi o que disse, por exemplo, a senadora Serys Marly, quando se elegeu em 2002 e foi perguntada se concorreria a governador no pleito seguinte. Jurou de pés juntos que nem admitia essa hipótese. Bem que tentou. Ela só não virou governadora porque o eleitorado a reprovou nas urnas de 2006.

Portanto, é importante dar mais atenção aos que serão os candidatos a vice. O comando das prefeituras podem estar nas mãos deles dois anos depois da chapa eleita.





Fonte: RD News

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