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Politica Brasil
Segunda - 14 de Abril de 2008 às 15:48
Por: Mariana Borella

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O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, se reuniu esta manhã com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento em Mato Grosso. Com base em um outro relatório elaborado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por mais de duas horas, o governador e sua comitiva - formada pelo deputado Federal, Homero Pereira (PR), deputado estadual e presidente da Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, deputado Dilceu Dal Bosco (DEM), presidente da Famato e da Aprosoja, Rui Prado e o secretário do Meio Ambiente de Mato Grosso, Luiz Henrique Daldegan - contestaram os dados do Inpe e salientaram que apenas cerca de 10% dos polígonos registrados pelo Instituto, são efetivamente áreas de desmatamento.

“Os números apresentados nos incomodam muito, pelo simples fato de que não são reais. Uma coisa é a degradação progressiva da floresta e outra é o desmatamento, o corte raso, são dados que devem ser anunciados separadamente pelo Inpe e pelo Ministério do Meio Ambiente”, afirmou Maggi.

Ele propôs à ministra que técnicos da Sema, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do próprio ministério, voltem a campo e constatem as falhas nos números, do período de outubro a dezembro de 2007, apresentados pelo Inpe. “Assumo a responsabilidade e os custos para isso, o que não podemos é ficar parados enquanto Mato Grosso é apontado com altos índices de desmatamento, que na verdade são áreas de desmatamento antigo, incêndio ou simplesmente que não têm indícios de desmatamento”.

ARCO DE FOGO

Outro ponto de pauta na audiência com Marina Silva, foi a operação Arco de Fogo, realizada em municípios do Norte de Mato Grosso, quando, segundo o governador, ocorreu abuso da força policial. “ Nós não fomos comunicados da operação de fiscalização das madeireiras e quando ficamos sabendo, nossos técnicos foram barrados pela polícia. O ministério tem sua autonomia, mas não pode esquecer que somos parceiros e devemos ser tratados como tal. Queremos que nosso Estado seja respeitado”, declarou Maggi. A ministra disse que não houve dolo no caso da operação Arco de Fogo, mas que no entanto, a forma de abordagem pode ser discutida e ressaltou ainda que esta é uma operação da Polícia Federal e que, portanto, os técnicos do Ibama estavam ali apenas para auxiliar.

Marina destacou o quanto tem sido importante a parceria com Mato Grosso, estado que se comprometeu com metas para combater o desmatamento e que há sempre espaço para melhorar a relação. “Nossa parceria está consolidada e sei que posso confiar no governador Blairo Maggi”.

CENTRO DE IMAGENS

Para finalizar a reunião, o governador anunciou à ministra do Meio Ambiente que o Governo do Estado irá criar um Centro de Imagens por Satélites que também estará acompanhando passo a passo a questão do desmatamento em Mato Grosso e pediu a Marina Silva um compromisso para que os números do próximo relatório do Inpe tenham tratamento diferente, que não sejam apresentados como um todo, mas de forma discriminada para que fique claro o que é área de degradação da floresta, desmatamento progressivo, incêndios e corte raso. A ministra prometeu ao governador rever com sua equipe técnica a forma de apresentação desses dados.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Depois do Ministério do Meio Ambiente, o governador Blairo Maggi e sua comitiva, seguiram para o Ministério da Agricultura onde se encontraram com o ministro Reinhold Stephanes. Munido de várias cópias do levantamento feito pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Maggi falou que a reunião com Stephanes foi mais um passo para dizer que o Governo do Estado não concorda com os números do Inpe e que essa discordância está baseada em fatos e números do relatório feito pelos técnicos da Sema.

“Temos que deixar claro que o corte raso é uma coisa que cortou acabou, isso é desmatamento, e de corte raso Mato Grosso apresenta apenas 10% dos números apresentados pelo INPE, essa é a realidade que todos precisam entender. Daqui pra frente queremos que os números sejam checados e que os dados de satélite sejam apenas para alerta”, explicou Maggi.

O deputado federal Homero Pereira disse que estavam ali para pautar o ministro nessas questões do desmatamento e também para discutir a portaria 96, que restringe o crédito rural para os produtores que tenham qualquer restrição ambiental. “Mato Grosso depende do crédito rural e esse relatório do Inpe prejudicou muita gente que acabou entrando na lista de ilegais sem estar ilegal”.





Fonte: Especial/Secom-MT

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