Lula diz que discutir 3º mandato é 'bobagem' e elogia Dilma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (11), durante entrevista coletiva a jornalistas na Holanda, que considera "bobagem" discutir terceiro mandato e que não lhe interessa disputar uma nova eleição.
Lula voltou a elogiar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pressionada pela oposição após o vazamento de um suposto dossiê feito pela sua pasta contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Sobre o terceiro mandato, disse: "Posso dizer a vocês uma coisa de coração: eu acho uma bobagem e uma falta de assunto da oposição ficar discutindo o terceiro mandato". O presidente completou que oito anos são suficientes para executar um programa de governo.
“Oito anos na presidência de um país é tempo suficiente para a gente executar um programa de governo. Sou contra o terceiro mandato porque a democracia é um valor incomensurável com o qual não podemos brincar. E, segundo, a alternância de poder é uma coisa extremamente saudável para o país”, completou.
Lula citou que as pessoas que estão preocupadas com um terceiro mandato são as mesmas "que não achavam ruim quando os militares ficaram 23 anos no poder".
“Qualquer pessoa que se ache imprescindível começa a colocar riscos à democracia. Pobre do governante que começa a achar que é insubstituível ou imprescindível. Está nascendo, dentro dele, uma pequena porção de autoritarismo ou de prepotência. E isso eu não carrego na minha bagagem política”.
Dilma
Ao responder pergunta de jornalista sobre a força de Dilma, o presidente citou que a ministra é "primordial" no governo. "Não sei qual o incômodo que as pessoas podem ter com a Dilma. A Dilma não só está forte... aliás, eu sempre digo que não tem ministro forte nenhum no governo de regime presidencialista. A Dilma exerce uma função primordial ao governo como coordenadora da administração, das execuções dos projetos do governo e faz isso com uma competência que eu diria que poucas pessoas seriam capazes de fazer." A ministra não acompanha o presidente na viagem.
Sobre o depoimento da ministra na Comissão de Infra-Estrutura do Senado para responder sobre obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula disse: "A lógica é que quem pergunta o que quer ouve o que não quer".
O presidente reafirmou que desconhece a existência de um suposto dossiê contra FHC. "O que estávamos e estamos fazendo é um banco de dados que ficará pronto em alguns dias, com todas as informações de tantas quantas pessoas acharmos necessário."
Sobre a investigação em torno do vazamento das informações, o presidente disse que quer encontrar o responsável. "Alguém tentar roubar um documento e vender como novidade daquelas de que descobriram a mina do rei Salomão, acho pequeno, acho isso pobre. Obviamente por isso que queremos descobrir quem roubou, porque é muito grave alguém roubar um documento de dentro do Palácio do Planalto. É muito grave. Queremos descobrir quem é que anda roubando documentos. E quem quiser transformar banco de dados com dossiê que transforme. Eu continuarei a fazer banco de dados na Casa Civil", disse.
Medidas provisórias
Segundo o presidente, o Palácio do Planalto está disposto a fazer acordos com deputados e senadores para diminuir o número de medidas provisórias enviadas ao Congresso Nacional.
“Estou disposto a fazer os acordos que forem necessários para manter o bom funcionamento da Câmara e do Senado. Obviamente que as pessoas sabem das necessidades e que nós precisamos fazer um jogo combinado, daquilo que é bom para a Câmara e o que é bom para a governabilidade”, afirmou.
(*) Com informações da Agência EFE, Agência Estado e Agência Brasil
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