Maggi se reúne com Lula para contestar dados na segunda
O governador Blairo Maggi (PR) deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) na próxima segunda-feira (14), em Brasília (DF), para contestar os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Espacias (Inpe), sobre o desmatamento em Mato Grosso.
De acordo com dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), o desmatamento na Amazônia voltou a crescer em fevereiro, apesar do período de chuvas na região, que supostamente dificulta a ação dos madeireiros. A área desmatada no período, calculada em 725 quilômetros quadrados, é 13,45% maior do que a registrada em janeiro desse ano, quando o Inpe contabilizou 639,1 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas.
Mato Grosso concentra 88% do desmate total registrado no período, segundo o Deter. Em fevereiro, a área devastada no estado foi de 639 quilômetros quadrados e cresceu 68% em relação ao mês anterior.
Os dados revelam avanço do desmatamento mesmo após as medidas anunciadas pelo governo federal para combater a devastação da Amazônia, entre elas o fortalecimento das operações da Polícia Federal e a restrição de crédito para propriedades irregulares. O governador chegou a ser criticado pela demora em agendar a reunião com Lula.
Revisão -- O relatório da revisão em campo dos dados sobre desmatamento aponta 90% de erro nos pontos detectados entre outubro e dezembro de 2007 em Mato Grosso, segundo o governador. De acordo com ele, o relatório confirmou que as derrubadas apontadas como recentes são antigas, resultado de incêndios florestais ou de interpretações equivocadas das imagens de satélite.
Dezenove 19 municípios mato-grossenses foram incluídos na lista dos 36 maiores devastadores nos últimos cinco meses de 2007 e, consequentemente, atingidos pelo decreto 6.321.
Conforme o decreto presidencial, que entrou em vigor neste ano, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deveria recadastrar propriedades rurais dos municípios e embargar aquelas onde for constatada derrubada ilegal de floresta. Isto significa que não podem vender produtos ou receber financiamentos. Quem comprar produtos dessas fazendas também poderá responder criminalmente. Uma portaria, publicada no Diário Oficial do último dia 28, prevê que outros 67 municípios mato-grossenses passem a integrar o bioma amazônico.
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