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Politica Brasil
Quarta - 09 de Abril de 2008 às 13:04

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As discussões no Congresso em torno de uma manobra lançada por um deputado petista para permitir o terceiro mandato do presidente Lula atravessaram a rua e foram parar no Palácio do Planalto. Durante encontro com senadores do PDT, o presidente Lula desautorizou qualquer iniciativa que lhe permita participar de uma nova disputa presidencial em 2010. Aos pedetistas, chegou a dizer que rompe com o PT se a proposta ganhar força entre os parlamentares.

Segundo o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o presidente se mostrou receoso à proposta e destacou que sempre lutou pela democracia.

“Ele não aceita e que se a emenda for defendida pelo PT, rompe com meu partido”, sustentou.

O recado do presidente tem destinatários certos. São o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) e Miro Teixeira (PDT-SP). Ribeiro promete apresentar esta semana ao Congresso proposta de emenda à Constituição (PEC) prevendo a alteração de quatro para cinco anos no mandato presidencial. Sua proposta acaba com a reeleição para cargos executivos em todos os níveis. Mas permite que o atual presidente tente um terceiro mandato consecutivo. Teixeira articula apoio a proposta na Câmara.

“Ficou claro que a idéia não partiu dele e que os idealizadores não contam com seu apoio”, completou o senador Osmar Dias (PDT-PR).

Para Devanir, que ainda não começou a recolher as assinaturas para a PEC – são necessárias 175 adesões para o texto começar a tramitar –, as declarações do presidente não impedem as articulações para viabilizar a PEC.

“O presidente precisa entender que a reeleição e, até mesmo, o terceiro mandato está na cabeça de cada candidato. Estou propondo um instrumento, se ele vai utilizar ou não, vai ser uma decisão particular”, declarou o petista que é amigo do presidente Lula dos tempos de sindicalismo.

Sem entusiasmo

As investidas para garantir o retorno da regra constitucional de 1988, com cinco anos de mandato sem a possibilidade de reeleição, alterada em 1997 e que permitiu a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também não encontram o aval da base governista no Congresso. A maioria dos partidos alinhados com o Planalto nem pensa em discutir um terceiro mandato.

“Isto não está em cogitação. O partido sequer pensa em analisar este tema. Temos problemas mais urgentes para discutir do que o terceiro mandato. Precisamos mesmo é de uma reforma política ampla”, destacou o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR).

O líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE), segue a linha.

“A base tem muitos nomes viáveis fora do PT. Temos que saber se vai ser um candidato ou vários”, revelou.





Fonte: JB Online

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