Sucessão em Cuiabá está aberta para uma 3ª via
Pesquisas qualitativas têm mostrado que a sucessão municipal em Cuiabá está aberta para uma terceira via. Essa opção de candidatura a prefeito pode ser representada tanto pelo deputado federal Valtenir Pereira (PSB), que começa a ganhar visibilidade na onda de um bloco de esquerda composto pelo PDT e PC do B e com perspectiva de aglutinar outras siglas, ou pelo empresário Mauro Mendes (PR), que será lançado ao Palácio Alencastro nos próximos dias, com empurrão do governador Blairo Maggi.
O líder das intenções de voto nesta fase de pré-campanha é o deputado estadual, cantor e apresentador de TV, Walter Rabello (PP). O cuiabano, principalmente aquele de classe D, o aponta como uma pessoa que traz alegria por ser um artista, não o cita como demagogo, mas também não o tem como um "prefeiturável" competente do ponto de vista administrativo. Aqueles de classe C já avaliam que Rabello usa o instrumento da TV como palanque eletrônico, algo desproporcional. Entendem que o pré-candidato do PP usufrui do privilégio da super-exposição da imagem, dando a impressão de que só ele (Rabello) trabalha em detrimento dos demais concorrentes. Mesmo na liderança, Rabello não é tido como "imbatível".
O cenário é de uma pré-disputa ainda confusa. Não dá nenhuma garantia de que este ou aquele será o vencedor porque os percentuais de intenções de voto atribuídos a cada um não são "elásticos", diferente, por exemplo, do pleito de 2000, quando o então prefeito Roberto França era o líder absoluto do começo ao fim da campanha eleitoral, com uma frente considerável nos percentuais.
Quanto a Valtenir, o eleitor nem elogia e nem o critica. Ela é defensor público e se elegeu vereador por Cuiabá em 2004 e deputado federal em 2006 explorando a tragédia do pai, assassinado por um ex-prefeito. Valtenir é tido como um candidato leve e sem muito desgaste. Sem alarde, o pré-candidato socialista corre por fora.
Já em relação ao tucano Wilson Santos, hoje segundo colocado nas pesquisas, constata-se o desgaste natural por estar no mandato e o carimbo de "prefeito que não cumpre acordo". Outra desvantagem é por ser de um partido de oposição aos governos estadual, sob Blairo Maggi, e federal, com o petista Lula. Por outro lado, alguns o reconhece como "trabalhador", bom de discurso e detentor do poder da máquina.
Mauro Mendes, presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), não enfrenta desgaste, tem perfil empresarial e atuação técnica, condições que colocam-no com chance de candidato de uma terceira via. Em síntese, o cenário de hoje, por mais que pareça óbvio, vislumbra surpresa e chances reais de vitória daquele que conseguir se consolidar como uma terceira via.
Comentários