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Politica Brasil
Sábado - 29 de Março de 2008 às 14:03
Por: Edilson Almeida

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O deputado estadual Walter Rabello (PP), pré-candidato a prefeito de Cuiabá, pode ter conseguido nesta sexta-feira, dia 28, aquilo que tanto desejava: comprar uma briga com o Ministério Público Eleitoral e sair vitimizado. O promotor eleitoral João Augusto Veras Gadelha ingressou com representação junto ao Tribunal Regional Eleitoral denunciando o político por propaganda eleitoral extemporânea. A representação envolve a emissora para a qual trabalha, a TV Cidade Verde. Rabello é acusado de construir “abusando da credulidade das pessoas das camadas sociais de baixa renda e pouca escolaridade, sua vida política profissional” devido seu estilo de apresentar o programa “Olho Vivo na Cidade”.

No dia 3 passado, o Ministério Público Eleitoral encaminhou ao político uma notificação recomendatória para que se abstivesse de manter a atual linha do programa. Rabello, porém, não levou o alerta em consideração. Em seu programa, ele repetiu várias vezes que respeita o Ministério Público, mas deixou claro que não pretendia abandonar o que chamou de “minha gente”. Rabello disse que não existe a figura jurídica da pré-candidatura e que suas atividades como apresentador de um programa de televisão não estão inseridas nas recomendações do MPE. “Não vou deixar de fazer o que eu faço” – disse. Deu no que deu!

Na representação, o promotor Gadelha compara as atividades de Rabello com a de um mágico por se esforçar “ao máximo para assumir a condição de candidato de plantão a qualquer mandato eletivo que apareça pela frente” e ainda aponta o político ter “uma inusitada preferência pelos cargos que manejam “gordas” verbas públicas”. Diz ainda que o deputado do PP “aflora com força total sempre com o propósito dissimulado de seduzir milhares de eleitores, passando-se por altruísta, como forma pessoa para sua autopromoção, revelando aos olhos dos incautos como portador de soluções para os problemas e dificuldades que despontam na gestão da capital”.

Para o Ministério Público Eleitoral, Rabello expõe à população uma série de reportagens vinculadas, veladamente, com suas plataformas políticas. Cita a questão da segurança pública, saúde e educação “efetuando com isso autopromoção indevida e antecipando sua candidatura”. O parlamentar é acusado de usar o programa para “influenciar no convencimento dos eleitores”. Gadelha frisa na representação que Rabello, com isso, quebra o equilíbrio da disputa que se aventura entre os candidatos ou viciar a vontade livre e soberana dos cidadãos.

Sem esconder irritação com a atitude do deputado, o promotor Gadelha anexou 19 DVDs com trechos do programa “Olho Vivo na Cidade”, do SBT. Em um deles, cita os comentários depreciativos feitos contra a gestão municipal quanto á saúde pública e faz promoção de suas emendas para saúde, como deputado. Noutro, o anexo mostra Rabello fazendo doação de prêmios e fala sobre a notificação do MPE, onde acentua que não se sentirá intimidado com a medida e que continuará pedindo doações a população. Rabello se diz perseguido, ao veicular a matéria de cunho emocional.

Gadelha pediu ao Judiciário Eleitoral que seja extraída medida de caráter liminar para impedir que Rabello prossiga com a campanha extemporânea. Ele diz que existe a possibilidade concreta de o apresentador “utilizar-se desta medida judicial para passar-se como alguém supostamente perseguido pela Justiça Eleitoral, o que a rigor, tem feito, ao tripudiar sobre a notificação recomendatória que fora enviada pelo MPE”. Em suma, o MPE teme exatamente que Rabello se torne vítima.





Fonte: 24 Horas News

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