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Aliança PT-PSDB ajudou a eleger 149 prefeitos em 2004
Estopim de discussões internas nos dois partidos desde que o governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves, e o prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, decidiram costurar um acordo para disputar a prefeitura da cidade, PT e PSDB integraram em 2004 coligações que permitiram eleger 149 prefeitos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 51 dos 149 municípios, um dos partidos tem o prefeito e o outro o vice.
Para alguns desses governantes, além de ter ajudado na eleição, a aproximação entre os dois partidos - rivais no Congresso – traria benefícios à política nacional.
O tucano Dagoberto Campos, que administra a pequena Pereira Barreto, cidade com pouco mais de 24 mil habitantes a 310 km de São Paulo, não vê razão para embates ideológicos.
“Não vou fazer uma administração pública voltada por um ranço, um rancor de políticos regionais ou a nível de presidência partidária. Isso existe, mas são coisas contornáveis hoje”, avalia o prefeito que, com um vice petista, venceu o adversário do PTB em 2004.
“Se você estender isso em nível partidário, a gente vê que a política municipalista não deve ser contaminada por disputas regionais ou nacionais”, completa.
Camisa-de-força
Na Bahia, onde a aliança PT-PSDB ajudou a eleger 16 prefeitos em 2004, o maior número entre os estados, petistas e tucanos têm uma explicação história para o bom resultado da parceria.
“O PSDB sempre compôs com a gente a bancada de oposição ao ‘carlismo’”, conta a petista Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, referindo-se às sucessivas administrações do senador Antonio Carlos Magalhães e seus aliados políticos no estado.
Satisfeita com a aliança, a prefeita e ex-deputada, cujo vice e secretário de Administração é tucano, disse que o partido do presidente Lula nunca impôs limitações.
“Não vejo nenhuma possibilidade, como militante petista que sou, de ter essa camisa-de-força. Acho que em nível nacional deve haver essa sensibilidade também de liberar os estados”, disse.
Mesmo com a morte de ACM, no ano passado, e a derrota do carlismo nas urnas nas eleições para governador, a petista, que é pré-candidata à reeleição, acredita que a aliança deve permanecer.
“Não posso garantir que vamos manter a vaga de vice porque essa situação ainda está sendo discutida, mas com certeza o PSDB estará no nosso leque de alianças”, diz.
'De portas abertas'
“Tanto um quanto o outro [PT e PSDB] estiveram no governo federal e estão muito próximos na forma de administrar. Até porque o PT aproveitou muitos programas do PSDB, como o Bolsa Família, que já existia. Tenho que tirar o chapéu para o presidente Lula”, afirma Sidney Antonio de Sousa (PSDB), o Sidinho, prefeito da mineira São João del-Rei, terra da família de Aécio.
Nesse caso, porém, um “problema administrativo” que envolveu funcionários da prefeitura provocou o rompimento com o vice, do PT, o que Sidinho diz lamentar.
"Tivemos um golpe na prefeitura da ordem de R$ 3 milhões. Acionamos a polícia, informamos o Ministério Público e o Tribunal de Contas, apurou-se a irregularidade, prenderam-se os responsáveis e confiscamos parte dos bens. Infelizmente, o PT resolveu abandonar o governo”, diz.
Mesmo diante do desentendimento com o vice, uma aliança com o PT na próxima eleição não está descartada em São João del-Rei. “O PSDB está de portas abertas para conversar com o PT. Essa chancela tenho do meu partido”, afirma.
Prática comum
Secretário-geral da Executiva Nacional do PSDB, o deputado Rodrigo de Castro (MG) não vê a aliança como uma tendência. “Se pegarmos os maiores municípios, não é uma pratica comum”, minimiza.
Segundo Castro, mesmo no caso de Belo Horizonte, as negociações para uma possível aliança só provocaram discussões no partido por ser o estado governado por um possível pré-candidato a presidente em 2010.
Na noite da última terça (25), a Executiva tucana aprovou resolução que submete a aprovação das alianças ao diretório estadual nas cidades com até 50 mil eleitores. Nas cidades com mais eleitores, a coligação será avaliada pelo diretório nacional.
De acordo com o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), o partido recomenda um elenco de alianças preferencial, mas também prevê exceções. “Sabemos que existem essas cidades, e o PT avalizou, não foi feito à revelia do PT”, diz.
Um exemplo clássico, diz Berzoini, foi a aliança do PT com PSDB no Acre em 1998, que elegeu o ex-governador Jorge Viana. Isso ocorre porque, segundo o petista, nos municípios, “questões mais objetivas da gestão se colocam em relação à vida da cidade. O conflito ideológico está mais no plano nacional”, disse.
Para alguns desses governantes, além de ter ajudado na eleição, a aproximação entre os dois partidos - rivais no Congresso – traria benefícios à política nacional.
O tucano Dagoberto Campos, que administra a pequena Pereira Barreto, cidade com pouco mais de 24 mil habitantes a 310 km de São Paulo, não vê razão para embates ideológicos.
“Não vou fazer uma administração pública voltada por um ranço, um rancor de políticos regionais ou a nível de presidência partidária. Isso existe, mas são coisas contornáveis hoje”, avalia o prefeito que, com um vice petista, venceu o adversário do PTB em 2004.
“Se você estender isso em nível partidário, a gente vê que a política municipalista não deve ser contaminada por disputas regionais ou nacionais”, completa.
Camisa-de-força
Na Bahia, onde a aliança PT-PSDB ajudou a eleger 16 prefeitos em 2004, o maior número entre os estados, petistas e tucanos têm uma explicação história para o bom resultado da parceria.
“O PSDB sempre compôs com a gente a bancada de oposição ao ‘carlismo’”, conta a petista Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, referindo-se às sucessivas administrações do senador Antonio Carlos Magalhães e seus aliados políticos no estado.
Satisfeita com a aliança, a prefeita e ex-deputada, cujo vice e secretário de Administração é tucano, disse que o partido do presidente Lula nunca impôs limitações.
“Não vejo nenhuma possibilidade, como militante petista que sou, de ter essa camisa-de-força. Acho que em nível nacional deve haver essa sensibilidade também de liberar os estados”, disse.
Mesmo com a morte de ACM, no ano passado, e a derrota do carlismo nas urnas nas eleições para governador, a petista, que é pré-candidata à reeleição, acredita que a aliança deve permanecer.
“Não posso garantir que vamos manter a vaga de vice porque essa situação ainda está sendo discutida, mas com certeza o PSDB estará no nosso leque de alianças”, diz.
'De portas abertas'
“Tanto um quanto o outro [PT e PSDB] estiveram no governo federal e estão muito próximos na forma de administrar. Até porque o PT aproveitou muitos programas do PSDB, como o Bolsa Família, que já existia. Tenho que tirar o chapéu para o presidente Lula”, afirma Sidney Antonio de Sousa (PSDB), o Sidinho, prefeito da mineira São João del-Rei, terra da família de Aécio.
Nesse caso, porém, um “problema administrativo” que envolveu funcionários da prefeitura provocou o rompimento com o vice, do PT, o que Sidinho diz lamentar.
"Tivemos um golpe na prefeitura da ordem de R$ 3 milhões. Acionamos a polícia, informamos o Ministério Público e o Tribunal de Contas, apurou-se a irregularidade, prenderam-se os responsáveis e confiscamos parte dos bens. Infelizmente, o PT resolveu abandonar o governo”, diz.
Mesmo diante do desentendimento com o vice, uma aliança com o PT na próxima eleição não está descartada em São João del-Rei. “O PSDB está de portas abertas para conversar com o PT. Essa chancela tenho do meu partido”, afirma.
Prática comum
Secretário-geral da Executiva Nacional do PSDB, o deputado Rodrigo de Castro (MG) não vê a aliança como uma tendência. “Se pegarmos os maiores municípios, não é uma pratica comum”, minimiza.
Segundo Castro, mesmo no caso de Belo Horizonte, as negociações para uma possível aliança só provocaram discussões no partido por ser o estado governado por um possível pré-candidato a presidente em 2010.
Na noite da última terça (25), a Executiva tucana aprovou resolução que submete a aprovação das alianças ao diretório estadual nas cidades com até 50 mil eleitores. Nas cidades com mais eleitores, a coligação será avaliada pelo diretório nacional.
De acordo com o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), o partido recomenda um elenco de alianças preferencial, mas também prevê exceções. “Sabemos que existem essas cidades, e o PT avalizou, não foi feito à revelia do PT”, diz.
Um exemplo clássico, diz Berzoini, foi a aliança do PT com PSDB no Acre em 1998, que elegeu o ex-governador Jorge Viana. Isso ocorre porque, segundo o petista, nos municípios, “questões mais objetivas da gestão se colocam em relação à vida da cidade. O conflito ideológico está mais no plano nacional”, disse.
Fonte:
G1
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/183185/visualizar/
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