Maluf rebate secretário, ameaça tomar medida judicial e critica prefeito
Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, o deputado estadual Guilherme Maluf, do PSDB, afirmou nesta terça-feira que vai prestar depoimento na Câmara de Vereadores nos próximos dias e ameaçou tomar alguma medida judicial caso o atual secretário da pasta, Luiz Soares, insista em dizer que há R$ 13,9 milhões em restos a pagar referentes a 2007. De acordo com o parlamentar, a dívida não foi contraída na gestão dele, que durou dez meses.
“A dívida era de R$ 18,5 milhões quando entrei na secretaria. Nós reduzimos cerca de R$ 2 milhões. Fizemos um pregão (para aquisição de materiais hospitalares e medicamentos) que rendeu uma economia de mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Não fiquei nenhum mês sem pagar, por exemplo, os três maiores hospitais (Santa Casa de Misericórdia, Santa Helena e Hospital Geral Universitário)”, argumentou Maluf.
O ex-secretário sustentou ainda que chegou a regularizar a situação dos fornecedores e que já havia atraso na folha de pagamento dos servidores quando assumiu a pasta. Maluf atribuiu uma dívida de R$ 275 mil, do “Prêmio Saúde”, ao prefeito Wilson Santos (PSDB), que não teria cumprido o compromisso de liberar o dinheiro para os profissionais em novembro.
“A saúde continua um fiasco, inclusive por causa do troca-troca (de secretários). Trata-se de uma dívida histórica e agora, por conta de perseguição partidária, precisam culpar uma pessoa para tentar justificar a inoperância do sistema”, declarou Maluf. Avaliou que a má administração e a alta demanda são os principais problemas do setor.
O tucano gabou-se de ter reduzido valores de contratos. “Fizemos uma concorrência para a prestação de serviços de lavanderia no pronto-socorro. O contrato, que era de R$ 150 mil mensais, baixou para R$ 65 mil. Compra de medicamentos sem licitação era prática comum”.
Conforme demonstrativo de receitas e despesas divulgado por Soares, a dívida total é de R$ 16,8 milhões, sendo R$ 45,9 mil referentes a 2005, 2,8 milhões que restaram de 2006 e os R$ 13,9 supostamente do ano passado.
Sem papo -- Questionado pela reportagem do Olhar Direto, Maluf disse que não conversou e não pretende conversar com o prefeito sobre a situação. “Todas as gestões ocorreram sob a égide do prefeito. Se ele não sabe administrar de forma coletiva, então vai pagar o pato”. O parlamentar deixou claro que só não troca de partido para não correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.
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