Jaime Campos repete estratégia de 1990 para retornar ao Governo de MT
Os mais novos não devem se lembrar, mas está na história. Dois anos antes das eleições de 1990 ao Governo do Estado, o então ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, colocou os pés na estrada. Circulou por dois anos todo Estado, mapeando problemas e conversando com lideranças e eleitores. Resultado: venceu fácil a disputa contra Agripino Bonilha Filho, do PMDB. Agora, a história se repete. Com um marketing mais agressivo, Jaime anunciou que seu partido está preparando a “Caravana da Esperança”, que deverá percorrer todo o Estado a partir do próximo mês.
O esboço está claro nas palavras do próprio senador: “Se quisermos construir uma alternativa para o futuro, temos que começar a trabalhar desde já” – disse, ao demonstrar grande entusiasmo com o otimismo dos democratas da região oeste de Mato Grosso, manifestado durante encontro realizado em Cáceres no final de semana. Em outras palavras, a campanha ao Governo, para 2010, vai para as ruas agora.
Jaime, mais uma vez, foi didático ao argumentar que a eleição municipal deste ano é o ponto de partida para qualquer projeto político para 2010, quando haverá o pleito para governador, senador e deputados. “Precisamos fortalecer nossa sigla agora, lançando candidato a prefeito em todas as cidades” - exortou.
Para uma platéia de mais de 200 lideranças da região, inclusive militantes de outras agremiações, o senador admitiu, no entanto, que onde não exista possibilidade de o DEM patrocinar postulantes ao cargo de prefeito, que se faça então coligações. “Não podemos é ficar de fora da disputa. Temos que defender os ideais de nosso partido, seja como vices ou com chapas de vereadores” - reconheceu.
Inicialmente, a “Caravana da Esperança” vai ser montada para levar “apoio moral e político aos companheiros que disputarão as eleições”. Depois, será outra história. Seguirá fechando entendimentos, buscando lideranças, prefeitos, inclusive de outros partidos, como aconteceu em 1990 para apoiar o projeto. No auge da disputa eleitoral contra o PMDB de Carlos Bezerra – que quatro anos antes havia massacrado Frederico Campos, então candidato do grupo – Jaime usou e abusou de apresentar apoios políticos que eram contabilizados pelo adversário.
Os anos se passaram e a estratégia segue a mesma. Aperfeiçoada, evidentemente, pelos rumos atuais. Por exemplo, Jaime recomendou que seus correligionários promovam uma disputa limpa e sem abuso financeiro. Para ele, a prática de compra de votos é condenável: “Não temos dinheiro para oferecer, o que temos para oferecer é nosso companheirismo e nossa lealdade.
Na festa política do DEM em Cáceres, esteve presente o senador Gilberto Goellner, em seu primeiro encontro regional após tomar posse no cargo, ocupado com o falecimento de Jonas Pinheiro. Desmistificando as versões sobre os conflitos familiares, também esteve presente o ex-governador Júlio Campos, que fez questão de lembrar seus vínculos com a região, já que iniciou sua vida profissional naquele território. Ao finalizar a conferência, o presidente do Democratas, professor Oscar Ribeiro, considerou “positiva a troca de experiência com os dirigentes partidários de 17 municípios do oeste mato-grossense”.
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