Prefeito vira um exemplo nacional de ingerência

Dener Araújo Chaves é um exemplo de péssimo gestor. Acumula como prefeito de Juscimeira quase tudo que um administrador não pode fazer: salário do funcionalismo com mais de seis meses de atraso, calote nos fornecedores, balancetes furados, falta de planejamento e corrupção. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) junto à prefeitura administrada por Dener mostra irregularidades graves e gravíssimas. Em sete dias de análise, em setembro do ao passado, o TCE encontrou 13 irregularidades.

Prestes a encerrar o mandato, Denner está com a corda no pescoço. Ele enfrenta várias acusações por atos de improbidade administrativa, insatisfação dos servidores públicos e não se vê mais em condições de pleitear um novo mandato. Ele se elegeu pelo PR, mas já pulou para o DEM, onde foi melhor acolhido.

O prefeito é acusado de emitir nada menos que 136 cheques sem fundos em nome da prefeitura, totalizando R$ 701 mil. Os gastos estão desordenados. Foram detectadas ainda despesas de R$ 486 mil sem a devida comprovação e indícios de fraudes nos processos licitatórios, empenhos de R$ 1 milhão sem licitação e até desvio de R$ 53 mil do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

CPI e afastamento

Em março do ano passado foi instalada uma CPI para investigar as denúncias contra o prefeito, mas os vereadores, ao final, rejeitaram a proposta de afastá-lo do cargo. Foi tudo jogo de cena. . A bomba sobre a demonstração de total ingerência no município estourou mesmo quando as denúncias ganharam repercussão nacional. Denner foi destaque no Jornal Nacional, da Rede Globo, em fevereiro deste ano.

O TCE entrou na briga pela queda de Dener. Solicitou que o Ministério Público o afaste do cargo. O pedido está sob análise. Enquanto isso, o prefeito prepara a defesa e nega as acusações.