Relatório aponta erro em 89,98% dos dados do Deter
O relatório final das ações de fiscalização feitas pela secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) em 662 pontos, em 51 municípios, que o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) tinha apontado como desmatados de outubro a dezembro de 2007, comprova que 89,98% destes dados estão errados. Ou seja, em apenas 10,12% dos pontos realmente houve desmatamento recente.
Este relatório será entregue ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na próxima segunda-feira (24), pelo secretário adjunto de Qualidade Ambiental da Sema, Salatiel Alves de Araújo. O objetivo é que o instituto reveja os dados divulgados em janeiro deste ano e que colocaram Mato Grosso como o Estado com o maior índice de desmatamento.
O relatório feito pela Sema, já entregue ao governador Blairo Maggi e à Assembléia Legislativa, possui seis volumes. Todo o trabalho em campo é detalhado, assim como a metodologia utilizada. O relatório ainda traz fotos das áreas fiscalizadas.
Durante a fiscalização, foram geradas 662 cartas imagem baseadas no produto geocover (NASA - 2000) e 662 cartas imagem baseadas no produto Landsat TM (NASA – 2007).
Os dados levantados apontam que 395 pontos (59,67%) são áreas onde houve desmatamento antigo; 116 pontos (17,52%) correspondem a áreas sem indícios de desmatamento; 84 pontos (12,69%) são áreas com ocorrência de incêndio e somente 67 pontos (10,12%) são áreas realmente abertas recentemente (corte raso).
O relatório
O relatório que será entregue ao INPE na próxima semana foi motivado por uma outra checagem feita com dados do período de Abril a Setembro de 2007, a qual demonstrou que 80,53 % dos dados fornecidos pelo INPE não correspondiam a desmatamentos recentes e sim a áreas antropizadas com mais de sete meses. Várias áreas intactas também foram encontradas nesta checagem.
A operação de checagem dos pontos não se restringiu somente a verificação dos pontos como também a procedimentos de fiscalização rotineiros com a emissão de notificações aos proprietários para que os mesmo procedessem ao licenciamento ambiental único (LAU).
O presente relatório está dividido em cinco partes. Uma refere-se a descrição do contexto que gerou e justificou as atividades de campo. Outra, refere-se aos conceitos e critérios utilizados pelos profissionais em campo para a caracterização e qualificação dos pontos do DETER. O próximo cita a metodologia e os critérios de campo usados para qualificar os dados do DETER. A última parte trata dos resultados aferidos em campo com o fornecimento de tabelas e considerações finais. Os pontos aferidos, com suas respectivas áreas apostas sobre imagens de satélite baseadas no produto geocover e Landsat TM do ano de 2007 (NASA) bem como fotos representativas da situação encontrada em campo para cada ponto, estão presentes nos anexos e organizados por município.
Áreas sem indícios de desmatamento: 116 pontos (17,52%)
Município – Pontos fiscalizados e que não eram de desmatamento
Alta Floresta – 6
Canarana – 7
Carlinda – 4
Cláudia – 8
Feliz Natal – 1
Ipiranga do Norte – 6
Itauba – 3
Juara – 10
Juruena – 1
Marcelândia – 2
Nova Mutum – 1
Paranaíta – 2
Peixoto de Azevedo – 3
Porto dos Gaúchos – 1
Querência – 14
Ribeirão Cascalheira – 6
Santa Carmem – 4
Santa Cruz do Xingu – 1
Sinop – 12
Sorriso – 11
Tabaporã – 2
Tapurah – 5
União do Sul – 4
Vera – 2
Áreas desmatadas: 67 pontos (10,12%)
Município – Pontos de área de desmate recente
Alta Floresta – 1
Aripuana – 2
Brasnorte – 1
Canabrava do Norte – 1
Castanheira – 1
Cláudia – 2
Colniza – 5
Comodoro – 4
Feliz Natal – 2
Gaúcha do Norte – 2
Ipiranga do Norte – 5
Itanhangá – 1
Itaúba – 1
Juara – 5
Juína – 2
Juruena – 2
Lucas do Rio Verde – 2
Nova Bandeirantes – 7
Nova Maringá – 4
Nova Mutum – 1
Nova Santa Helena – 1
Nova Ubiratã – 1
Paranaíta – 3
Paranatinga – 1
Porto dos Gaúchos – 2
Ribeirão Cascalheira – 1
Rondolândia – 1
São Felix do Araguaia – 3
Tabaporã – 1
Vila Rica – 2
Confira a síntese do relatório produzido pela Sema : http://www.sema.mt.gov.br/informe/upload/arquivos/Relatório_Síntese_desmatamento.doc.
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