Mendes quer prazo até maio e não vai a reuniões
Virtuais candidatos majoritários do PR às eleições gerais de 2010, Blairo Maggi e Luiz Antonio Pagot preparam o empresário Mauro Mendes para entrar na disputa à Prefeitura de Cuiabá no pleito deste ano. Na primeira tentativa, em 2004, Mendes recuou por causa da intransigência do colega de partido, deputado Sérgio Ricardo, que acabou concorrendo ao Palácio Alencastro e foi derrotado pelo PPS. Agora, os dois estão no PR, mas Sérgio já abriu caminho.
O curioso é que Mendes, ao invés de abraçar o projeto político, recuou. Se transformou numa estátua, sob adoração da cúpula do maior partido em Mato Grosso, com 67 prefeitos, mais de 40 vice e 300 vereadores, 5 deputados estaduais, 2 federais e 1 governador. Dessa forma, por enquanto, os republicanos estão sem nome definido para à sucessão do prefeito Wilson Santos (PSDB).
Presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), Mendes se mostra indeciso. Pressionado pelo PR, ele resolveu pediu uma trégua até maio ou junho. Acha até que o "fator Maggi" poderia funcionar nas eleições ao considerar que em 2002 o hoje governador entrou na disputa faltando 3 meses para o pleito e saiu vitorioso. O empresário disse que precisa avaliar melhor a idéia de candidatura porque trata-se de algo novo em sua vida.
Apresentou três justificativas para a resistência. Primeiro, lembrou que tem uma vida empresarial agitada como dono da Bimetal, uma das principais indústrias brasileiras no segmento de estruturas metálicas e que possui clientes até no exterior nas áreas de telecomunicações, energia e construções. Segundo, que precisa consultar a família e, terceiro, que não pretende deixar o comando da Fiemt.
Mauro Mendes não foi, por exemplo, às duas reuniões do PR, uma feita na segunda (17) pela Executiva Regional com prefeitos, presidentes de comissões provisórias e pré-candidatos de 16 cidades-pólos com vistas a avaliar a conjuntura política nessas regiões. Aquele que será o nome do partido na corrida ao Palácio Alencastro não deu a mínima também para o encontro da provisória de Cuiabá, que se reuniu nesta terça à noite. Mandou dizer que tinha outros compromissos.
Apesar da insegurança de Mendes, Maggi, que sonha em eleger o amigo prefeito da Capital para, em retribuição, receber apoio para senador em 2010, acredita que, ao final, o empresário aceitará o desafio. Pagot também incentiva Mendes. Ele sabe que, para sua pré-candidatura a governador ganhar força, é necessário que o PR esteja no Palácio Alencastro.
Conceitos
A turma da botina acha que, com Mendes, o eleitor cuiabano aceitará a mudança de conceito na vida pública, elegendo um prefeito que não seja político, mas sim com perfil empresarial e com atuação técnica, como aconteceu em relação ao governo do Estado. Essa tese acabou se consolidando também, em 2004, em municípios como Rondonópolis, com Adilton Sachetti; em Sorriso, com Dilceu Rossato; e em Primavera do Leste, com Getúlio Viana.
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