Daltinho diz à TV Globo que poltrona "mastiga"
Jornal da Globo mostra deputados relaxados nas cadeiras massageadoras; parlamentar ainda diz que sociedade de MT aprova o conforto dado a seus líderes políticos
As poltronas massageadoras adquiridas para os deputados estaduais de MT voltaram a se mostradas em nível nacional como exemplo de conforto, ostentação e privilégios. Depois da Folha de S. Paulo e do portal G1, da Globo, foi a vez do Jornal da Globo desta terça exibir para o Brasil e para o mundo uma reportagem sobre a compra das cadeiras que contêm controle remoto e que emitem ondas eletromagnéticas. As imagens mostraram os deputados Roberto França (sem partido) e Airton Rondina, o Português (PP) quase deitados nas poltronas, durante a sessão ordinária.
A reportagem lembrou que, primeiro, a Mesa Diretora adquiriu no ano passado 20 veículos Corollas, ao custo global de R$ 1,4 milhão. Depois, preocupada com a incômoda situação dos parlamentares por permanecerem algumas horas sentados nas cadeiras, a Mesa decidiu investir numa solução terapêutica e polêmica. Gastou R$ 79 mil com a compra das 26 poltronas massageadoras. O assunto tornou público aqui no RDNews, no último dia 29.
Na reportagem levada ao ar nesta terça pelo Jornal da Globo, o deputado e empresário Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB), aparece entre aqueles que não dispensam privilégios e ainda disse, na entrevista, que a sociedade mato-grossense havia aprovado que seus líderes tenham condições de trabalho, numa referência à compra das poltronas sofisticadas. "A sociedade mato-grossense está de acordo com que seus líderes tenham essas condições". Em seguida, Daltinho fez questão de mostrar os mecanismos de funcionamento da poltrona. "Ela vai massageando e vai mastigando", explicou o deputado peemedebista e pré-candidato a prefeito de Barra do Garças.
Já o petista Ademir Brunetto, que faz parte da Mesa Diretora, portanto, autorizou a compra das poltronas, tentou se livrar do desgaste, mas apresentou posição dúbia. Em princípio, afirmou que deveria haver maior preocupação com a qualidade do trabalho e considerou a aquisição das cadeiras um exagero. Depois, sorrindo na tela da Globo, declarou o seguinte: "fazer o quê né! Se já comprou, vamos usá-la". Edemar Adams, secretário-geral da Assembléia, que recebe quase R$ 15 milhões de duodécimo mensal, explicou que a troca de poltronas pelas eletromagnéticas foi necessária para proporcionar maior conforto aos deputados. "Daqui a pouco alguém pode ter trombose", alegou. Explicou que cada poltrona com corrente de indução eletromagnética custou R$ 3.058,00, totalizando R$ 79.508,00.
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