Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um novo método, ainda experimental, que promete aumentar em 50% a eficiência de células de combustível e reduzir seu preço comercial.
Possível substituto das baterias de lítio, a célula de combustível possibilitaria a duração ininterrupta da bateria de equipamentos eletrônicos (carros, computadores, celulares, tablets, entre outros), que precisarão de semanas para serem recarregadas.
Além disso, é uma tecnologia limpa, com baixo impacto ambiental por utilizar materiais renováveis, como o hidrogênio, no processo de geração de energia.
O resultado foi apresentado na última semana na tese de doutorado de Adir Jose Moreira, do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP. Orientado por Ronaldo Domingues Mansano, eles apresentaram um processo que transforma partículas de platina existentes no interior da célula de combustível em nanopartículas.
A quebra do material em fragmentos minúsculos, ocorrida durante a geração de energia, reduz em até 70% a quantidade de platina utilizada na célula de combustível – um material caro e considerado um dos principais empecilhos para que esta tecnologia seja produzida em larga escala e aplicada em diversos produtos de fácil acesso à população.
Capacidade
As células de combustível comerciais que existem no mercado tem uma quantidade de energia de 1.690 watts/hora. Uma bateria de lítio tem uma densidade de energia de 200 watts/hora. “Se colocar uma célula de combustível ao mesmo custo de uma bateria de lítio, a durabilidade da carga energética vai ser muito maior”, explica Moreira.
Outra vantagem, segundo ele, é que a nova tecnologia é menos poluente. Baterias atuais são feitas de lítio ou ácido sulfúrico, materiais altamente contaminantes. “Já nas células, há, em grande parte, água, energia térmica e elétrica. Segura mais energia, tem produção mais eficiente e um impacto ambiental menor”, complementa.
Pesquisas em andamento
De acordo com Adir, o processo de desenvolvimento da técnica deve ser publicado ainda este ano em uma revista científica internacional. Ele afirma que já existem conversas sobre o projeto com setores da indústria, mas aponta que ainda há dificuldades financeiras para expandir estudos relacionados a este tema.
No entanto, espera que, em até dois anos, as células de combustível sejam ofertadas no mercado com preços mais baixos e de maneira abundante. "Seriam mais eficientes e com preços mais baixos
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