PF já vê indícios de irregularidades em madeireiras de Mato Grosso
A Polícia Federal informou já ter detectado indícios de irregularidades em madeireiras fiscalizadas entre ontem e hoje na Operação Arco de Fogo em Sinop e Alta Floresta, cidades localizadas a 500 km e 800 km ao norte de Cuiabá (MT), respectivamente.
O superintendente da PF em Mato Grosso, Oslain Campos, preferiu não detalhar se a suspeita envolve as quatro primeiras vistoriadas. Deflagrada para combater o desmatamento na região amazônica, a operação deve fiscalizar ao menos 80 madeireiras em municípios do Pará, Rondônia e Mato Grosso.
Campos negou que a atuação da PF seja arbitrária. “Não há a intenção de intimidar ninguém. O armamento usado é instrumento do trabalho policial”, disse. De acordo com ele, a PF vai instaurar inquéritos para apurar supostos atos ilícitos que vão além da autuação pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O superintendente adiantou que alvos de ações realizadas pela PF (operações Curupira e Mapinguari) em anos anteriores estão na mira da Operação Arco de Fogo. Segundo ele, a PF está utilizando informações obtidas a partir dos sistemas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
Os fiscais do Ibama e policiais vistoriam armazenamento e comércio de madeira. Eles estão verificando, conforme o superintendente, possíveis irregularidades nos estoques das madeireiras e serrarias, uso de maquinários e, principalmente, na documentação. A fiscalização pode culminar em apreensão de madeira e até em suspensão das atividades das empresas. A primeira etapa da operação deve durar 60 dias.
Mato Grosso concentra 50% dos 36 municípios que mais desmatam no país, segundo o Ministério do Meio Ambiente. O governador Blairo Maggi (PR) contesta os dados do governo federal, coletados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) entre outubro e dezembro de 2007, e pretende pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a retirada das cidades da lista suja. “A retirada dos municípios da lista será conseqüência da redução do desmatamento”, concluiu Oslain Campos./ Atualizada 19h15.
Comentários