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Politica Brasil
Segunda - 10 de Março de 2008 às 07:15

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Aderir à base de apoio do governo federal ou mesmo mudar de partido dentro da base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se compensador politicamente para muitos prefeitos. No ano passado, pouco depois de trocarem de legenda, prefeitos conseguiram assinar convênios com órgãos federais para repasses de verbas ou liberaram recursos pendentes de contratos assinados anteriormente. Liberar convênios para prefeitos não é ilegal, mas o governo usa esse instrumento para turbinar administrações aliadas e elevar suas chances de reeleição.

O prefeito de Paranavaí (PR), Maurício Yamakawa, trocou o PDT pelo PP e conseguiu assinar, a partir de outubro, convênios de cerca de R$ 4,1 milhões. Isso é quase o mesmo valor que obteve durante todo o seu mandato. Em Juara (MT), o prefeito Oscar Bezerra deixou um partido da base (PSB) por outro (PMDB) e obteve R$ 8,365 milhões. O prefeito de Campo Magro (PR), Rilton Boza, trocou o PTB pelo PMDB em setembro e, no mês seguinte, obteve a liberação de R$ 590 mil do Ministério do Turismo. Na cidade de Itumbiara (GO), depois da troca do prefeito José Gomes da Rocha, do PMDB pelo PP, a prefeitura conseguiu assinar nove convênios com vários ministérios no valor de R$ 4,561 milhões.

Para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), não é surpresa prefeitos que trocaram de partido serem mais bem atendidos nos seus pleitos junto ao governo federal: “Isso acontece sempre. Muitas liberações de recursos são feitas de forma política.” Maia avalia que as trocas só não foram mais intensas porque resolução da Justiça Eleitoral ameaçou tirar o mandato de quem trocasse de legenda depois de 27 de março de 2007, o prazo permitido por lei.

“Na Bahia e em Pernambuco, por exemplo, o DEM perdeu muitos prefeitos e parlamentares que preferiram se alinhar com o governo federal ou os novos governos locais em troca de uma situação mais favorável para atendimento de pleitos”, afirma o presidente do DEM. “Enquanto não houver uma reforma política séria, acho que essas coisas ainda se repetirão.”





Fonte: AE

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