Riva defende que PP devolva secretaria a Maggi
Após frustração por não conseguir maior espaço no governo, deputado propõe saída do staff para dar maior independência ao partido
O deputado José Riva, um dos principais líderes do PP no Estado, disse nesta terça que quem criou a expectativa em relação a uma maior participação do seu partido no governo foi o próprio governador Blairo Maggi (PR). Em seguida, cutuca: "O partido espera uma definição, mas pelo jeito a coisa já virou uma novela”. O cacique progressista se mostra disposto a convencer a direção da sigla no sentido de abrir mão do comando da única secretaria, a de Ciência e Tecnologia.
Tido como aliado do Palácio Paiaguás, o PP comanda a Ciência e Tecnologia, com o ex-deputado Chico Daltro, há cerca de dois anos. A expectativa dos progressistas era de que, dentro do plano de reforma de parte do secretariado, o governador viesse a abrir maior espaço ao partido de Riva, dono da maior bancada na Assembléia, com 5 cadeiras, ocupadas por Walter Rabello, Airton Português, Campos Neto e Maksuês Leite, além do próprio Riva. Pelo visto, o PP só continuará com uma pasta, já que recusou outras secretarias tidas como de menor estrutura.
Para Riva, a participação do PP no governo Maggi se transformou num imbróglio. Afirma, por meio de assessoria, que o partido "é um dos aliados de primeira hora do Executivo" e que não vai mais bater a porta do governo. Os progressistas ameaçam tomar uma decisão mais radical. “Estou cada vez mais convicto de que o PP deve, inclusive, abrir mão da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Acho que, devolvendo a pasta ao governador, todos ficarão mais à vontade”, diz Riva, que fez a proposta durante encontro do diretório regional, na última quinta (28).
Para o cacique do PP, o fato de “devolver” a secretaria não significaria um rompimento radical com o governo. “A tendência é que continuemos próximos ao Executivo, mas com muito mais independência e senso crítico”, disse. Nos bastidores, é sabido que Maggi ofereceu ao PP as pastas de Cultura e Turismo. As duas foram rejeitadas pela “pouca expressividade” política. Além disso, a sigla não engole, por exemplo, o fato do PT, que fazia uma oposição barulhenta e sistemática ao governo, hoje ocupar postos estratégicos, como a secretaria de Educação.
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