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Economia
Segunda - 03 de Março de 2008 às 09:48

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As sucessivas quedas do dólar frente ao real fizeram produtores em Mato Grosso se voltarem a alguns aspectos dos custos de produção no setor, como o grande peso que o transporte da soja está significando na operação. Com a alta das cotações internacionais dos grãos, o dólar fraco e o frete pareciam estar perdendo espaço nas preocupações dos agricultores para a elevação de gastos com fertilizantes, que dobraram de preço no período de um ano.

Mas a moeda norte-americana voltou a ser motivo de queixas mais enfáticas. Como o frete é cotado em reais, e a soja, em dólar, o peso específico do transporte cresceu e roubou rentabilidade.

"Na maioria dos anos, o frete para levar o produto até Paranaguá equivalia a US$ 50 dólares por tonelada. Hoje, por causa desse câmbio, gasta-se US$ 110 a US$ 115 no transporte", disse o vice-presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Carlos Alberto Simon, falando do custo para levar a soja de sua cidade, no Médio-Norte do Estado, até o porto paranaense. "Se o câmbio estivesse a R$ 2,50, gastaria US$ 63", ponderou Simon.

Em um estado distante dos portos exportadores como o Mato Grosso, o dólar forte de anos passados encobriu deficiências logísticas e foi um importante estimulante para o avanço no plantio na região.

Ao mesmo tempo em que se lembram que poderiam desembolsar menos dólares para pagar o frete, os produtores também enfatizam que as estradas - o principal canal para "puxar" a soja de importantes regiões produtoras - continuam em condições inadequadas.

A reportagem da Reuters constatou, ao percorrer a BR-163 nesta semana, que o trecho mais problemático, com buracos no asfalto que obrigam muitos caminhões a pararem na rodovia, está entre Sinop e Sorriso, o maior produtor brasileiro de soja.

A partir de Sorriso, ainda encontram-se buracos grandes em vários trechos da BR, mas a lentidão no tráfego em partes da rodovia é mesmo causada pelo grande número de caminhões na via.

"O que precisa mudar é o sistema de transporte, o custo é muito alto", completou o presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Alcindo Uggeri, admitindo que, com a alta da soja, a situação ainda está melhor do que na safra passada para o setor.





Fonte: Reuters

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