Brito admite benesses para Arcanjo em depoimento

O ex-secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso, Carlos Brito, demitido da pasta recentemente pelo governador Blairo Maggi (PR) por suposta suspeita de envolvimento em irregularidades, admitiu que o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro tinha benesses na cadeia, segundo informou a assessoria do deputado Maksuês Leite.

Brito foi ouvido, na quarta-feira (27), pela Justiça de Cuiabá, no caso em que o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso atualmente no Presídio Federal de Campo Grande, é apontado como beneficiário de mordomias na época em que ficou preso num anexo da Penitenciária de Pascoal Ramos, na capital de MT.

Brito foi arrolado como testemunha do caso porque foi, em sua gestão, que as mordomias teriam sido concedidas a Arcanjo. Entre os benefícios que teriam sido concedidos ao bicheiro, acusado de comandar o crime organizado em Mato Grosso, constam o fornecimento a ele de comida diferenciada da dos demais presos do Pascoal Ramos, além do relaxamento da vigilância ao preso e a permissão para que ele operasse uma espécie de escritório na cela em que ocupava.

No interrogatório a que foi submetido na quarta-feira, Brito admitiu ao juiz do caso que Arcanjo desfrutava mesmo das benesses. Ao admitir as irregularidades, o ex-secretário foi repreendido pelo juiz, que indagou porque o ex-titular da Sejusp omitiu das autoridades Judiciárias tais ilegalidades. O ex-secretário simplesmente se calou diante das indagações.