Governador critica suspensão das obras do PAC
O governador Blairo Maggi (PR) defendeu nesta quarta as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Mato Grosso. "São obras são importantes, essenciais para a saúde pública e também para a preservação do Pantanal". As obras do PAC nas três principais cidades mato-grossenses (Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis), orçadas em R$ 521 milhões, estão sob suspeita e foram trancadas por ordem judicial.
Em junho do ano passado, o presidente Lula foi recebido com festa em Cuiabá e, ao lado de Maggi, que o apoiou no segundo turno das eleições de 2006, anunciou o lançamento do PAC em MT. A paralisação dos procedimentos de licitação foi requerida pelo Ministério Público Federal. Em tom de cobrança, Maggi destacou a necessidade e "a magnitude" do PAC. Ele apontou para a procuradoria ao fazer um desabafo contra o cancelamento das obras.
"É ruim para Mato Grosso. A administração pública é máquina de moer gente, porque além das necessidades da população tem toda a questão da legislação, tem toda a questão do MP, tem Tribunal de Contas." Em seguida, o governador declarou: "Têm 300 pessoas para nos cuidar e têm 3 milhões (de mato-grossenses) para nos cobrar."
Dois dos municípios onde o PAC emperrou são administrados por prefeitos do partido do governador - Várzea Grande e Rondonópolis. Maggi, que reside em Rondonópolis, ressalvou que não conhece as especificações técnicas dos editais de licitação e que "a única participação" do Estado no PAC são contrapartidas em conjunto com as prefeituras, que somam o equivalente a 16% do custo total previsto.
Ano eleitoral
O procurador da República Thiago Lemos de Andrade, que aponta supostas irregularidades nos editais, avalia que está em curso um processo de açodamento e pressão da União para realização das obras que, a seu ver, são a grande bandeira do governo federal. O procurador também atribui ao ano eleitoral a pressa dos municípios em tocar os empreendimentos com recursos da União. "Creio que não há (precipitação)", rebateu Maggi. "O programa foi lançado há mais de um ano. É tempo suficiente para montar e colocar a obra para funcionar." (Fausto Macedo, Agência Estado)
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